Campanha histórica aumenta poder de Tite e faz Corinthians ceder a desejos
Quatro decisões importantes em um intervalo pequeno de tempo mostraram, nos últimos dias, que a palavra de Tite ganhou mais peso no Corinthians com a melhor campanha do clube na história do Brasileirão por pontos corridos.
As renovações de contrato de Danilo (sacramentada) e Ralf (em negociação), a contratação de um centroavante de ofício (Lincom, do Bragantino) e a integração de seu filho, Matheus Bachi, à comissão técnica, evidenciaram mudanças de posição da diretoria corintiana para atender pedidos do treinador.
Durante as negociações para retornar, entre novembro e dezembro de 2014, Tite apresentou a ideia de contar com Matheus como auxiliar técnico. Da direção, ouviu - e concordou - que o filho precisava de mais bagagem para trabalhar no Corinthians.
Passado um período de estágios no Barcelona, na Inter de Milão, no Shakhtar-UCR, com Vanderlei Luxemburgo , e principalmente uma experiência de alguns meses no Caxias, o filho do treinador foi integrado à comissão corintiana em setembro.
Além de Matheus, a contratação do experiente centroavante Lincom também atendeu a uma reivindicação do treinador. Tite, a bem da verdade, preferia um jogador de área de maior renome, como Teo Gutiérrez e Jonathas. Mas, diante da situação financeira ruim do clube, recebeu seu pivô nos últimos dias da janela. A indicação foi feita pelo observador Mauro Silva, designado pela direção para as tratativas com o Bragantino. Um mês antes, o superintendente Andrés Sanchez havia descartado aquisições.
A manutenção de um grupo de jogadores experientes, por sinal, é uma das marcas do trabalho de Tite. Foi o treinador, respaldado por resultados e pela vaga encaminhada para a Libertadores, quem convenceu o presidente Roberto de Andrade e Andrés a recuarem em relação a Danilo e Ralf. Os veteranos que custam cerca de R$ 500 mil por mês ao clube foram procurados para estenderem os vínculos que terminam em dezembro.
No meio do ano, a contragosto, Tite perdeu pilares importantes de seu time. Paolo Guerrero saiu por falta de acordo financeiro, mas as saídas de Emerson Sheik e Fábio Santos foram opções do clube sobrepostas ao desejo do técnico. No caso de Fábio, em especial, o treinador chegou a desabafar internamente e informou à diretoria que era contrário à venda para o Cruz Azul-MEX.
"Nós definimos tudo em conjunto, em cinco ou seis pessoas. O Tite é respeitado e também respeita muito a direção. Ninguém é louco de não ouvir treinador e comissão, independente quem seja. Pode ter certeza que, no Corinthians, tudo é feito em conjunto", disse o diretor de futebol adjunto Eduardo Ferreira.
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