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Otimista: as frases de Cuca "bonzinho" pra controlar os nervos do Palmeiras

Cuca Gabriel Jesus - Cesar Greco/Ag Palmeiras - Cesar Greco/Ag Palmeiras
Imagem: Cesar Greco/Ag Palmeiras

José Edgar de Matos

Do UOL, em Santos (SP)

31/10/2016 06h00

A derrota por 1 a 0 para o Santos, na Vila Belmiro, em mais uma noite de futebol aquém do esperado, resultou em novos questionamentos sobre o líder Palmeiras. Para afastar as críticas e a comum instabilidade em um longo campeonato, como o Brasileiro, o elenco conta com alguém para controlar os nervos e jogar o emocional sempre pra cima: o próprio técnico Cuca.

Primeiro colocado com 67 pontos e dependendo apenas de si para se sagrar campeão, o Palmeiras desapegou-se do desempenho pelo acúmulo de resultados. O próprio Cuca admite jogar apenas pelos ‘três pontos’ e diminui a pressão sobre os jogadores. Se existe cobrança e críticas nos momentos ruins, elas estão ocorrendo a quatro paredes. Quando se trata do ambiente externo, o treinador tem sido só otimismo e mão na cabeça do elenco.

Pelo menos em três momentos neste Campeonato Brasileiro, quando as críticas atingiram diretamente o elenco, o treinador adotou um discurso a fim de proteger os jogadores. Sábado, logo após a derrota, e a diferença menor na ponta, ele celebrou ao invés de lamentar a derrota e a atuação. "Fomos favorecidos. A rodada foi boa para nós."

A versão para-raio de Cuca surge para administrar a liderança e seguir a ansiedade de um grupo com apenas três campeões brasileiros; apenas Egídio (Cruzeiro-2013 e 2014), Edu Dracena (Cruzeiro-2003 e Corinthians-2015) e Jean (São Paulo-2008 e Fluminense-2012) conquistaram a competição.

Pelo menos em três momentos importantes nesta campanha, Cuca assumiu para si esta função de blindagem. Veja as frases para amenizar o momento emocional instável. 

O que disse no pior momento do campeonato

O momento de maior irregularidade do Palmeiras na Série A ocorreu no final do primeiro turno, com as derrotas consecutivas para Atlético-MG (1 a 0, no Allianz Parque) e Botafogo (3 a 1, Arena Luso-brasileira).

Depois do revés no Rio de Janeiro, o treinador palmeirense usou o bom-humor para ilustrar o momento do clube e um discurso positivo para curar o elenco; deu certo, já que o time alviverde embalou 15 partidas de invencibilidade até a derrota do último sábado.

“Nesse momento que atinge a metade do campeonato, nosso momento não é o ideal em todos os sentidos. Tem uma nuvenzinha preta parou aqui, mas já vai sair. Vai pro outro lado [risos]. Não aqui, desculpa. Vai para os lados do aeroporto, para Baixada [Santista], para o Sul, que ela saia daqui”, brincou.

“Ganhar, perder ou empatar é do futebol. É não ficar de braço cruzado esperando as coisas acontecerem. A gente estava no embalo, mas perdeu um pouco desse embalo; quem está embalado vai passando. Tem de voltar a ter o embalo para passar os outros de volta. Essa é a luta, é o meu trabalho. Não tem desanimo nenhum”, disse.

Cuca sorri Palmeiras - Cesar Greco/Fotoarena - Cesar Greco/Fotoarena
Imagem: Cesar Greco/Fotoarena

Tropeço diante do rival direto

A confortável vantagem de cinco pontos do Palmeiras na liderança do Brasileiro poderia ser ainda maior, caso a equipe vencesse o Flamengo no último confronto direto, disputado em setembro.

O empate por 1 a 1 no Allianz Parque frustrou torcedores e o próprio elenco; a atuação madura do Flamengo em São Paulo trouxe desconfiança, e Cuca precisou novamente usar as palavras para resgatar a confiança dos jogadores para o restante da competição.

“A gente não pode nos auto-pressionar. Temos de ter calma, não adianta eu reclamar de jogar, apressar uma situação. Eles são seres humanos, tem momentos que não encaixam. Os que não jogaram tão bem, mas são importantíssimos, podem jogar bem e ser o elemento da vitória. Tem que ter naturalidade”, declarou.

Derrota (sem jogar bem) no último clássico

A atuação ruim do Palmeiras na Vila Belmiro, especialmente no segundo tempo, fez Cuca novamente tomar a iniciativa para demonstrar confiança. Neste último final de semana, o treinador se apegou à rodada para mostrar o ‘lucro’ do Palmeiras nesta reta final de Brasileiro – são cinco pontos de diferença sobre o Flamengo.

“A rodada foi boa para nós. Dos seis pontos que nós tínhamos de vantagem, nós perdemos apenas um. Agora faltam cinco rodadas. Em determinado momento, a rodada estava ruim, mas no final foi boa. Fomos favorecidos”, analisou o treinador palmeirense.

O empate por 2 a 2 entre Atlético-MG e Flamengo, horas antes do clássico na Vila Belmiro, manteve o conforto do Palmeiras na primeira colocação. O time carioca, segundo colocado, precisa tirar uma diferença de cinco pontos para ameaçar diretamente o primeiro título brasileiro do clube alviverde em 22 anos.

Afago ao craque

Os discursos de ‘para-raio’ servem também para atingir individualmente os jogadores. Dono da marca de apenas um gol desde o ouro olímpico, Gabriel Jesus semanalmente é defendido pelo treinador; na derrota do último sábado na Vila, até a indisciplina do camisa 33 acabou relevada pelo treinador.

“É uma oscilação. [...] Ele não conseguiu encontrar seu espaço. Tem dia que é assim", disse o treinador, que assume para si a missão de recuperar Jesus para as últimas cinco rodadas.

“Não foi um dia feliz. Acontece com qualquer jogador. Ele continua sendo fundamental para nós. Cabe a mim recuperá-lo nessa reta final de campeonato”, discursou.

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