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Demorou só dois jogos para Brasileirão voltar a falar de árbitro de vídeo

Do UOL, em São Paulo

15/04/2018 04h00

Noventa e nove minutos. Foi esse o tempo que o Campeonato Brasileiro demorou para que o assunto “árbitro de vídeo” voltasse a ser pauta. Diante do Vitória, o segundo jogo do torneio, a injusta expulsão de Everton Ribeiro, aos nove minutos, causou indignação nos jogadores e na diretoria da equipe carioca - a partida terminou empatada em 2 a 2.

O lance polêmico aconteceu quando Rhayner chutou a bola em cheio no rosto de Everton Ribeiro, que estava posicionado sobre a linha do gol flamenguista. O árbitro Wagner Reway paralisou a jogada e expulsou o meia. Na visão dele, Everton havia tirado a bola com a mão, o que não aconteceu.

Na cobrança de pênalti, Yago bateu no ângulo direito de Diego Alves e empatou o jogo – Lucas Paquetá havia aberto o placar aos 16 segundos.

Mas o lance não foi o único polêmico da noite. Aos 26 minutos do segundo tempo, Diego cobrou falta em direção à área, Willian Arão - em posição irregular - desviou e a bola ficou com Geuvânio, que tocou para o meio para Réver balançar as redes.

Depois da partida, um indignado Eduardo Bandeira de Mello disse que iria até a CBF para cobrar a implementação do árbitro de vídeo. “Pretendo ir à CBF. Fui várias vezes lá. É a minha obrigação fazer um protesto formal. Se vai adiantar, veremos. Não dá para voltar atrás”.

“Espero que não demore para o árbitro de vídeo aparecer. As coisas estão caminhando nessa linha. É um instrumento que busca minimizar os erros. Se já estivesse valendo, não teríamos o prejuízo. Foram dois pontos perdidos para sempre”, continuou.

O meia Willian Arão, envolvido no gol irregular flamenguista, também criticou a arbitragem depois da partida e citou o árbitro de vídeo. “Os erros estão aí. Com certeza acabariam ou pelo menos minimizariam bastante (os erros) com o árbitro de vídeo. Essa é uma opinião minha. Um exemplo hoje, com dez minutos o Everton é expulso. São lances capitais que podem decidir uma partida. Não culpo o árbitro, mas são erros, não podemos deixar de falar também. Acho que a tecnologia está aí, e minimizaria os erros, não custa usar”.

A CBF chegou a cogitar a implementação do árbitro de vídeo para o Campeonato Brasileiro deste ano, mas não teve apoio da maioria dos clubes. Boa parte das equipes criticou o valor de R$ 20 milhões que seria necessário para implementar a tecnologia e teriam que ser desembolsados pelos próprios clubes.

Na ocasião, apenas sete clubes votaram a favor da implementação do árbitro de vídeo: Bahia, Botafogo, Chapecoense, Flamengo, Grêmio, Internacional e Palmeiras.