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Lesões, títulos e "sim" na série B ao Bota explicam idolatria de Jefferson

Jefferson fará o jogo de despedida contra o Paraná na segunda, no Nilton Santos - VITOR SILVA/SSPRESS/BOTAFOGO
Jefferson fará o jogo de despedida contra o Paraná na segunda, no Nilton Santos Imagem: VITOR SILVA/SSPRESS/BOTAFOGO

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

25/11/2018 04h00

Falta cada vez menos para o torcedor do Botafogo olhar para o gramado e não ver mais Jefferson vestindo a camisa 1 evitando que os atacantes adversários façam seus trabalhos. Ídolo de uma torcida, ele não conseguiu esse status com palavras, muito pelo contrário. Tímido e sem tanto carisma como outros jogadores que passaram pelo clube, o goleiro conquistou os torcedores na marra. Com títulos, lágrimas e amor.

Por mais piegas que possa parecer, o amor falou mais alto em algumas situações. Eleito pela CBF o melhor goleiro do Brasil em duas oportunidades, Jefferson chegou ao fim de contrato em duas oportunidades extremamente valorizado no mercado e com propostas nas mãos.

A mais clara ocorreu em 2014, quando o Botafogo foi rebaixado pela segunda vez na história. Mesmo após ser convocado para a Copa do Mundo, ele decidiu aceitar a proposta do Alvinegro para jogar a Série B. Recusou ofertas de times de primeira divisão (Santos) e até mesmo sondagens do exterior para dizer "sim" ao Alvinegro e aumentar a idolatria.

Do glamour da Copa do Mundo, Jefferson encarou a dura realidade da Série B. Com um time limitado, realizou seus milagres lá trás e foi o alicerce para o Botafogo voltar ao lugar de onde jamais deveria ter saído.

Com contrato longo, foi defendendo o Botafogo e quebrando recordes. Até que uma rara lesão cruzou seu caminho e o tirou de cena por quase duas temporadas. No fim de 2017 foi a vez do Alvinegro ser generoso. Mesmo com o goleiro fora de atividade, o clube decidiu renovar por mais uma temporada.

A temporada que seria a de despedida do ídolo. Verdade seja dita, Jefferson já dividia espaço com Gatito Fernandez, novo titular. Foi campeão carioca no banco de reservas.

Por ironia do destino, quando o companheiro sofreu uma grave lesão e desfalcou por um longo período, Jefferson seguiu exatamente o mesmo caminho. Após se chocar com Lucas Paquetá, do Flamengo, lesionou o tórax e correu até mesmo risco de morte, segundo os médicos que o atenderam.

Novamente um longo período no departamento médico. Desta vez, o esforço para voltar aos gramados foi praticamente para se despedir do torcedor com quem trocou tanto sentimento ao longo de 14 anos de relacionamento. Jefferson está eternizado no muro dos ídolos e nos corações alvinegros.