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Série B - 2019

Wesley: "Palmeiras tem obrigação de ser campeão"

Wesley comemora gol do Palmeiras contra o ABC pela Série B no Pacaembu - Leonardo Soares/UOL
Wesley comemora gol do Palmeiras contra o ABC pela Série B no Pacaembu Imagem: Leonardo Soares/UOL

Luis Augusto Simon

Do UOL, em São Paulo

09/08/2013 06h00

Wesley, que vive seu melhor momento no Palmeiras, rema contra a corrente ao analisar o que se espera do clube na segunda divisão. Com ele, não tem o discurso cauteloso adotado por Gilson Kleina de que o importante é subir. Ele assume a obrigação de ficar com o título.

Também é assertivo em outras perguntas, com um tom firme, sem enrolação. Só mudou de estilo ao falar sobre a possibilidade de trocar o Palmeiras pelo Atlético-MG. Então, não disse o fico que todo torcedor palmeirense espera. Leia a entrevista, abaixo.

UOL Esporte: O que a torcida pode esperar do Palmeiras?
Wesley:
Pode esperar luta e pode cobrar o título. Hoje em dia, a Série B tem jogadores experientes, de bom nível, muitas equipes estão bem armadas, mas pela história do clube, pela força do clube, temos a obrigação de conquistar o título. O acesso é bom, mas nosso trabalho é para ser campeão. O Palmeiras merece e temos de cumprir essa obrigação.

UOL Esporte: Tem algum problema em jogar a segunda divisão?
Wesley:
Depois que o Marcos jogou, ninguém tem o direito de negar. O Palmeiras é um clube gigante e todo mundo precisa ter orgulho de jogar aqui, não interessa a situação. É um prazer, um orgulho.

UOL Esporte: Você acha que jogador de segunda divisão pode jogar na seleção?
Wesley:
O Scolari é um treinador ótimo e uma pessoa de grande caráter. É um homem digno e se considerar que o jogador tem capacidade e está vivendo um momento bom, ele não vai deixar de convocar porque está na segunda divisão.

UOL Esporte: Você ainda sonha com a Copa do Mundo?
Wesley:
Com o Mano Menezes eu fui convocado e participei de dois amistosos, contra o Irã, em Abu Dabi e contra a Bulgária, em Londres. Fui bem nos dois. Estou em boa fase e sonho com a seleção e com a Copa. Fiz por ter esse direito.

UOL Esporte: Se você for para o Atlético-MG vai enfrentar o Bayern de Munique no final do ano. A seleção não fica mais perto?
Wesley:
Ah, sobre isso eu nem quero falar. Não recebi proposta alguma e continuou treinado aqui e com o foco de ser campeão. Não sei se teria mais visibilidade lá, não sei se levaria isso em conta. Não houve proposta e não vou ficar falando em hipótese.

UOL Esporte: Você está jogando muito bem. Foi algo paulatino ou a mudança foi repentina?
Wesley:
Foi uma coisa normal eu voltar a jogar bem. No ano passado, eu tive uma contusão no ligamento cruzado do joelho direito e fiquei de fora. Quando voltei, o Kleina me colocou para jogar na frente, como meia. Eu fui para colaborar e não foi bom. Então, conversamos e tudo mudou.

UOL Esporte: Quem teve a ideia da conversa?
Wesley:
Foi em um treino, começou normalmente. Ele perguntou se eu estava feliz e eu disse que preferia jogar na minha posição, mais atrás. Ele disse que, seu eu quisesse isso, ia esperar porque o time estava jogando bem com os outros jogadores. Eu falei que preferia e esperei minha chance.

UOL Esporte: Você estava atrapalhando o time?
Wesley:
Ah, assim também não. Atrapalhando eu não digo, mas estava rendendo menos do que eu poderia. Preferi sair e agora está tudo bem.

UOL Esporte: Mas qual a diferença em fazer as quatro funções pelo lado direito do campo. Não é igual?
Wesley:
De jeito nenhum. Isso é um grande engano. Se eu jogar como volante pela direita ou como lateral-direito, eu recebo a bola e vejo o campo de frente. Posso dar bons passes e chegar no ataque. Nas outras duas linhas, como meia ou como ponta, o jogador fica de costas para o gol do adversário e para mim não dá. Isso é bom para o Valdívia, por exemplo. Não é a minha, não.

UOL Esporte: Você fez dois gols e deu oito passes decisivos. É um jogador moderno?
Wesley:
Bom, eu sou um volante que desarma e sai para o jogo. Faço bem a transição, chego até a meia ou o ataque. Se isso é ser moderno, eu sou sim. O que não gosto é quando dizem que posso fazer tudo em campo, aí atrapalha. É melhor definir uma posição e se dedicar a ela.

PALMEIRAS PODE ECONOMIZAR EM CASO DE SAÍDA DE WESLEY

  • O Palmeiras estuda a proposta de empréstimo de Wesley apresentada pelo Atlético-MG e analisa as consequências de uma possível saída do jogador. Apesar da boa fase do volante, o lado financeiro pesa segundo o próprio presidente Paulo Nobre e o clube alviverde pode economizar cerca de R$ 1,4 milhão, caso libere o atleta até o fim de 2013.

UOL Esporte: Você passa bem. E como é no desarme? Como é o seu carrinho, por exemplo?
Wesley:
O carrinho é um lance perigoso. Se você acertar a bola e sair jogando, é um lance de craque. Se acerta o companheiro, pode até machucar, aí é caixão e vela preta. Prefiro fazer do primeiro jeito. A inspiração é o Zé Roberto. O cara é perfeito no carrinho. Bem, se ele fosse bom só nisso, a gente dava um jeito, mas o cara é perfeito em tudo.

UOL Esporte: Para contratá-lo a diretoria recorreu ao crowdfunding, uma espécie de vaquinha. Não conseguiu o dinheiro. Isso te deixou pressionado?
Wesley:
Não. Aquilo foi uma tentativa de se arrumar um método novo para contratar. Mas não deu certo. O povo tem de lutar para ter saúde e educação, acorda cedo pensando em trabalhar e não deve dar dinheiro para contratar jogador de futebol mesmo.