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Com apoio dos jogadores, Kleina fala grosso na negociação com o Palmeiras

Lucas Tieppo

Do UOL, em São Paulo

17/11/2013 06h00

Palmeiras e Gilson Kleina negociam a renovação de contrato para a próxima temporada com a diretoria do clube pressionada pela demonstração pública dada pelos jogadores de que o elenco está fechado com o treinador. O técnico, descontente com os últimos acontecimentos, também faz jogo duro nas tratativas.

No último sábado, o presidente Paulo Nobre foi recebido no vestiário do Pacaembu ao som de “Fica, Gilson Kleina! Fica, Gilson Kleina”, entoado por todos os jogadores, após a partida contra o Boa Esporte, que sacramentou o título da Série B.

Apesar de dizer que admira a demonstração dos atletas e que ela conta de forma positiva, a diretoria fica agora pressionada a atender ao desejo do grupo. Segundo Nobre, as conversas já estão em andamento, mas um desfecho não será tão fácil de ser obtido mesmo com o discurso otimista do presidente.

“Vejo muita vontade do Palmeiras em renovar o contrato e do Kleina de ficar no clube”, disse.

O técnico tem o desejo de ficar, mas demonstrou em uma reunião com o diretor-executivo José Carlos Brunoro no final da última semana que não gostou da forma que o clube tratou a negociação fracassada com Marcelo Bielsa.

Segundo o UOL Esporte apurou, Kleina não gostou da maneira a que foi exposto durante a sua entrevista coletiva após a partida em Belém contra o Paysandu, concedida logo após Brunoro anunciar que havia procurado Bielsa e que a negociação não dera certo.

Na reunião, o treinador afirmou que não admitiria que a situação se repetisse. Paulo Nobre tem opinião contrária e analisou o episódio como um exemplo de transparência.

“Não vejo como algo deselegante, mas sim como exemplo de transparência, fator que muitas vezes não é comum no mundo do futebol. Tudo o que o Palmeiras tinha a falar sobre o Bielsa já o fez com o Brunoro. Não falarei mais sobre o assunto”, analisou.

Além disso, há uma discordância no quesito financeiro. Em alta com o elenco e com a torcida e após atingir o objetivo de recolocar o Palmeiras na elite, é natural que o treinador queira um aumento salarial, algo que o Palmeiras não se mostra disposto a dar.

Outro ponto que pesa a favor de Kleina é o mercado de treinadores. Com o caixa vazio, o clube não pode fazer loucuras para trazer um profissional mais renomado e as opções são escassas.

Kleina não quis fazer nenhum tipo de pressão sobre a diretoria após a vitória sobre o Boa e até fugiu do assunto. Na última quarta-feira, as partes conversaram e não chegaram a um acordo.

Com acesso e título garantidos, o Palmeiras tem mais duas partidas para disputar na Série B para pensar de vez na próxima temporada. Ainda sem definir se manterá Gilson Kleina no comando, o presidente Paulo Nobre não quis se aprofundar sobre o planejamento para 2014.

“É fato que o Palmeiras precisa de um técnico para 2014 e estamos negociando com um treinador que julgamos ser adequado para isso”, disse o presidente após a vitória sobre o Boa Esporte.