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Pessimista, Palmeiras age para anular cartão vermelho de Henrique e liberá-lo para final

Henrique leva as mãos ao rosto durante confusão; palmeirense foi um dos expulsos - Leonardo Soares/UOL
Henrique leva as mãos ao rosto durante confusão; palmeirense foi um dos expulsos Imagem: Leonardo Soares/UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

28/06/2012 06h00

O Palmeiras tenta, nesta quinta-feira, anular o cartão vermelho sofrido por Henrique na semifinal da Copa do Brasil, diante do Grêmio. A ideia é mostrar ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), com um vídeo editado, que o atleta não teve nenhuma relação com a confusão e que toda a culpa foi do gremista Edilson, que deu um soco na boca do camisa 03 palmeirense. O diretor jurídico, Piraci Oliveira, no entanto, não mostra otimismo com a ação.

"Nosso dia para resolver isso é quinta-feira. Vamos tentar agir, mostrar que o Henrique não teve culpa, mas está difícil. Reconheço que é algo que não acho que vá acontecer. É difícil, mas vamos tentar", disse Piraci ao UOL Esporte.

O árbitro Ricardo Marques Ribeiro, de Minas Gerais, admitiu na súmula que só expulsou Henrique por ter sido orientado por seus auxiliares. Ele explicou que ouviu do auxiliar Márcio Eustáquio Santiago e pelo 4º árbitro, Émerson Augusto de Carvalho, que todo o problema começou porque o zagueiro foi de forma agressiva em direção ao adversário e gesticulou de forma agressiva. 

O QUE DIZ A SÚMULA DE RICARDO MARQUES?

  • Reprodução

O pedido de cancelamento da expulsão já foi feito logo na entrevista após o jogo da semana passada, quando o Palmeiras se classificou para a decisão. Luiz Felipe Scolari veio a público para dizer que Paulo Schmitt, procurador do STJD, poderia ter o mesmo bom senso que usa para punir para aliviar o cartão vermelho. 

"Gostaria que o procurador, que se eu não me engano chama Paulo Schmitt, solicitasse a imagem para ver o que aconteceu com a expulsão do Henrique. Na minha opinião e pelo que tenho de imagem, o Henrique tomou um soco e saiu da confusão. Ele não fez nada. Ele precisava que essa punição, que nem deveria existir, fosse cancelada, porque ele ficar de fora mancha a imagem da competição", disse o treinador, para depois lembrar de um caso parecido na sua primeira passagem no Palestra Itália,  em 1997, no Brasileirão. 

"Em 1997, o Edmundo não ia jogar, e o Eurico Miranda colocou o códico penal de ponta cabeça e ele jogou. Hoje não é caso de código penal, mas é coisa de vídeo. Pode até ser que eu esteja enganado, mas pelo que eu vi ele não fez nada", completou o técnico.

Ao site Justiça Desportiva, parceiro do UOL Esporte, Paulo Schmitt usou do "juridiquês" para corroborar com o pessimismo de Piraci de Oliveira. Segundo ele, o STJD não pode interferir para cancelar uma punição determinada pelo trio de arbitragem durante um jogo. Além disso, mesmo que decidissem abrir uma exceção, o procurador explica que não está claro que Henrique é inocente pela confusão.

“Ainda que fosse superada a questão jurídica, o que não é o caso, mas vamos admitir por amor ao debate, a situação fática não é tão clara e evidente no sentido que tenha ocorrido erro na interpretação das condutas e aplicação da regra com a apresentação do cartão vermelho ao atleta. Isto porque, antes de ser a vítima de agressão, o que é indiscutível, ele, após sofrer uma falta, reage também de forma violenta, talvez o que tenha levado ao árbitro a expulsá-lo. Certamente que a eventual infração dele é infinitamente menor em intensidade que as demais, mas não podemos pura e simplesmente ignorar essa conduta em razão da agressão sofrida a posteriori”, disse ele ao site. 

Caso não consiga mesmo cancelar a suspensão, Henrique é desfalque para a primeira partida do Palmeiras na final da Copa do Brasil, diante do Coritiba. O zagueiro, que tem sido usado como volante, volta a ser reforço palmeirense para o jogo de volta, no Couto Pereira, em Curitiba, no dia 11 de julho.