No retorno de Muricy, Santos bate o Flamengo-PI com golaços e se classifica

O bicho não pegou, como Neymar havia prometido na última semana. O Santos tampouco jogou um futebol vistoso para os torcedores que compareceram à Vila Belmiro. Mas com o camisa 11 bem marcado, o lateral Rafael Galhardo assumiu a missão de abrir o placar, que Neymar, depois, complementou e sacramentou a vitória por 2 a 0 contra o Flamengo-PI.

O resultado garantiu a classificação do Santos à segunda fase da Copa do Brasil, e evitou o que poderia ser um vexame histórico. O duelo marcou ainda o retorno do técnico Muricy Ramalho ao banco da equipe. Ele ficou quase 10 dias afastado devido a um problema de saúde. Mostrou que está recuperado e gritou bastante com a equipe à beira do gramado.

Na próxima fase da competição, o Santos enfrentará o Joinville, de Santa Catarina, que eliminou o Aracruz-ES, com uma vitória suada, por 1 a 0, também nesta quarta-feira. 

O Santos começou pressionando, mas sofreu – e muito com a forte marcação dos visitantes no primeiro tempo. Nos primeiros minutos, a equipe da casa assustou em cruzamento perigoso de Galhardo, e depois com chute forte de fora da área de Montillo.

Pouco depois, Arouca cruzou e Patito cabeceou, dentro da grande área. A bola, no entanto, saiu muito fraca e ficou tranquila para o goleiro piauiense defender. Pouco depois foi a vez de Cícero usar a cabeça, mas deixar a bola tranquila com o goleiro.

Mesmo sem um centroavante fixo e de área, os jogadores do Santos insistiam bastante nas jogadas pelas laterais com cruzamentos na área. Neymar e Patito, então, não ganhavam as disputas com os zagueiros.

Apesar do completo domínio de meio-campo, os comandados de Muricy não tiveram nenhuma chance tão clara de gol. O lance que chamou mais a atenção foi uma tentativa, errada, de carretilha de Neymar, dentro da área.

Aos 44 minutos, por pouco o Flamengo não surpreendeu. Autor dos dois gols no jogo de ida, Edson Di, na ponta esquerda, recebeu pelo lado esquerdo, cortou para o meio e bateu para o gol. A bola desviou no defensor santista e obrigou Rafael a fazer defesa no cantinho direito.

Com três minutos da etapa fianal, o time da Vila Belmiro chegou com perigo. Arouca enfiou para Montillo, na ponta direita, e o argentino cruzou para o compatriota Patito Rodriguez, que desviou, mas a bola foi fraca e para fora. 

A partir dali, Neymar começou a crescer na partida e tentar, como na maioria das vezes, decidir o jogo para sua equipe. Em menos de cinco minutos, ele fez dois rivais levarem cartão amarelo e teve três boas chances de gol, que desperdiçou. Na primeira, chutou por cima do travessão. Nas outras, parou no goleiro Robson.

Muricy, vendo que a opção sem centroavante não funcionava, mexeu na equipe. Tirou Patito e lançou o jovem Giva a campo. A mudança não surtiu muito efeito, e o jeito foi começar a arriscar de fora da área.

Deu certo. O lateral direito Galhardo dominou a bola pouco à frente do meio de campo, ajeitou e soltou uma bomba, que entrou no ângulo direito superior do goleiro do Flamengo. Um verdadeiro golaço, que deu mais tranquilidade à equipe paulista.

O gol sofrido, claro, assustou os piauienses, que passaram a errar muito e dar espaços para o Santos. Neymar, que seguia sofrendo com as faltas duras, abusava dos lances individuais. Atrás, o time da casa mostrou segurança e não foi ameaçado.

O camisa 11, então, mostrou o motivo de ser tão idolatrado por sua torcida. Na reta final do jogo, ele pegou a bola na entrada da grande área, passou por um, driblou mais dois e chutou no ângulo, fazendo um golaço e sacramento o triunfo.