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Pato faz gol, herda música de Ricardinho e São Paulo vence o CSA

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

09/04/2014 23h51

O São Paulo se classificou para a segunda fase da Copa do Brasil e agora enfrentará o CRB. Mas os eventos que cercaram a vitória por 3 a 0 nesta quarta-feira, no Morumbi, fizeram da classificação o fato menos importante da noite.

A estreia de Alexandre Pato em casa rendeu gol e comemoração extravagante naquela que foi a última partida de Juvenal Juvêncio como presidente do São Paulo após oito anos. A homenagem ao presidente foi feita pelo goleiro e capitão Rogério Ceni, que jogou de camisa amarela, cor que representa a chapa de situação e o candidato Carlos Miguel Aidar, futuro presidente do clube. Luis Fabiano fez os outros dois gols e chegou a recorde.

E Pato jogou muito bem, mais uma vez, assim como foi em sua estreia em Maceió. Ainda deu uma assistência para Luis Fabiano. O gol, primeiro do São Paulo, saiu na primeira metade da etapa inicial após belo passe do volante Maicon. Bem posicionado, Pato encontrou espaço nas costas da zaga e se antecipou ao goleiro Pantera para finalizar. O período sem jogar aparentemente fez com que o atacante mudasse sua maneira de comemorar gols. Ao ver a bola entrar nas redes, Pato vibrou de forma incomum, correu para um dos cantos mais vazios do Morumbi – que recebeu público de mais de 28 mil pessoas – e olhou para todos os lados antes de fazer o gesto que deixou famoso no Corinthians: a mão sobre o rosto com os dedos entrelaçados. 
 
A torcida são-paulina, então, deu a Pato a música que cantava para o meia Ricardinho, que em 2002 também migrou do Corinthians para o clube do Morumbi: “Ô, deixou de ser galinha pra jogar no Tricolor... Pato!”. 
 
“Tenho trabalhado bastante, estou muito focado, trabalhando muito. Tem 45 minutos, muito tempo para jogar ainda, estou só começando, fiquei muito satisfeito quando o time me recebeu, hoje no ônibus. No vestiário o pessoal tem conversado comigo. Quero acabar com uma noite especial. Mérito do Maicon, me achou no meio das linhas de defesa, tive o trabalho só de empurrar”, disse Pato, no intervalo, à Rádio Globo. 
 
Ao redor de Pato, nível técnico menor que o esperado. Os companheiros não jogaram tão bem quanto o camisa 11. Osvaldo foi o destaque negativo, na ponta esquerda em um esquema tático ligeiramente diferente para encaixar todas as peças. O 4-2-3-1 deu lugar a um 4-4-2 com duas linhas atrás de Pato e Luis Fabiano, o que causou o deslocamento de Ganso para a meia direita. Luis Fabiano fez o segundo do São Paulo, após cobrança de falta de Alexandre Pato. O terceiro, também do camisa 9, saiu após cruzamento do flanco esquerdo. Ele chegou a 189 gols e agora é o terceiro maior artilheiro da história do clube, empatado com Teixeirinha.
 
O CSA, no entanto, não conseguiu aproveitar. O time que já havia perdido por 1 a 0 na primeira partida não explorou as fraquezas são-paulinas. Rogério Ceni quase não teve trabalho, principalmente no segundo tempo. A camisa amarela que usou nem ficou suja. O ato de se vestir na cor que representa Juvenal Juvêncio e sua chapa repete o que ele fez às vésperas de eleições no clube desde 2004. Em todas as ocasiões o goleiro vestiu amarelo ou dourado: foi assim também em 2006, 2008 e 2011. 
 
No próximo dia 16, daqui a uma semana, o presidente do São Paulo não será mais o presidente do clube. Ele deixa o São Paulo encaminhado com um time caro e teoricamente forte, que por enquanto não rende tudo o que pode render. Em Pato, agora, resta a maior esperança para que o técnico Muricy Ramalho consiga tirar deste São Paulo o futebol que se espera.  FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 3 X 0 CSA
 
Local: Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 9 de abril de 2014, quarta-feira
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Diego Almeida Real (RS)
Assistentes: Gabriel Conti Viana e Carlos Henrique Alves de Lima Filho (ambos do RJ)
 
Gols: Alexandre Pato e Luis Fabiano (2)
Cartões amarelos: Ganso (São Paulo) / Lucas, Diego Clementino e Jeferson Maranhense (CSA)
 
SÃO PAULO: Rogério Ceni, Douglas, Rodrigo Caio, Antonio Carlos e Alvaro Pereira; Ganso (Boschilia), Souza, Maicon (Wellington) e Osvaldo (Pabon); Alexandre Pato e Luis Fabiano
Técnico: Muricy Ramalho
 
CSA: Pantera, Pedro, Léo Bahia, Roberto Dias e Mineiro; Charles Vagner, Lucas (Jerson), Jean Carioca (Santos)  e Daniel Costa; Diego Clementino (Dinei) e Jefferson Maranhense
Técnico: Marlon Araújo