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"Escolado" na Copinha, Santos encara nova filosofia de base do Corinthians

Zé Paulo e Stefano Yuri, destaques de Corinthians e Santos na Copinha, se enfrentam neste sábado - Rodrigo Coca/Ag. Corinthians e Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo
Zé Paulo e Stefano Yuri, destaques de Corinthians e Santos na Copinha, se enfrentam neste sábado Imagem: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians e Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

25/01/2014 06h00

Potência em termos de revelação de talentos na última década, o Santos chega à sua terceira final de Copa São Paulo nos últimos cinco anos e comprova uma sequência de trabalho bem feito na base. Se o clube da Vila Belmiro está com a quinta marcha engatada, o rival deste sábado, às 10h, parece estar começando a ganhar velocidade. Com um time jovem, o Corinthians chega à decisão no Pacaembu testando pela primeira vez a sua nova filosofia, que promete encerrar os anos de vacas magras na formação de atletas.

Durante toda a gestão de Andrés Sanchez, que se iniciou em 2007, o Corinthians foi duramente criticado pelo mau aproveitamento de revelações no time profissional. Desde 2012, porém, o cenário está mudando.

Marcelo Rospide, superintendente técnico da base, lidera o projeto que tenta aproximar as diferentes categorias e melhorar a formação. O time que chega à final da Copa São Paulo é o primeiro grande êxito dessa nova filosofia. Em um torneio sub-20, o Corinthians se gaba de ter entre seus principais destaques os jovens Malcon e Arana, ambos de 16 anos.

A dupla faz parte da primeira geração que foi diretamente influenciada pela mudança. Não por acaso, em 2013 o Corinthians venceu o Paulista nas categorias sub-17, sub-15 e sub-13, mas naufragou no sub-20.

A avaliação de que a categoria andava mal culminou na contratação de Osmar Loss, que chegou ao Parque São Jorge há três meses. No período, promoveu a dupla de 16 anos e cavou um lugar no time para Zé Paulo, que era reserva e hoje é artilheiro do time na Copinha, com cinco gols.

“Sei que faço parte desse processo, mas ele não começa com a minha chegada. Para eles [Malcon e Arana] subirem tem o trabalho do Rodrigo [Leitão, técnico do time sub-17], a organização do Marcelo Rospide, em que todos conhecem o trabalho de todos”, disse Osmar Loss.

A receita de sucesso, ainda que não seja a mesma, já não é novidade para o Santos. O clube que revelou Robinho e Neymar nos últimos dez anos é o atual campeão da Copinha. Pepinho, o técnico da equipe, herdou o cargo de Claudinei Oliveira, erguido para os profissionais em 2013, e conhece os jogadores que comanda desde as categorias inferiores.

Neilton, Giva, Victor Andrade e Gabigol, todos conhecidos da torcida santista por suas passagem no time profissional, hoje assistem à vez de Stefano Yuri, Lucas Otávio e Diego se destacarem na edição deste ano.

A oposição das duas histórias em um clássico só dá contornos ainda mais interessantes a uma decisão que promete estádio cheio e cerimonial de gente grande. O medo de confrontos em um Pacaembu dividido fez a FPF (Federação Paulista de Futebol) armar uma segurança de clássico para um torneio júnior, com grande efetivo da PM (Polícia Militar) e transmissão na Rede Globo.

Se vencer, o Corinthians, maior campeão da Copinha, chega ao nono título na competição. Já o Santos busca o terceiro título, o segundo em sequência. A partida ocorre neste sábado, às 10h, no Pacaembu, e terá acompanhamento ao vivo do Placar UOL Esporte