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Após duas viradas, São Paulo perde, mas vai à semifinal da Sul-Americana

Do UOL, em São Paulo

05/11/2014 23h59Atualizada em 06/11/2014 02h27

O torcedor do São Paulo teve uma noite de altas emoções nesta quarta-feira, que terminou com um final feliz, mas preocupante. Depois de duas viradas e muito sufoco, o time perdeu para o Emelec por 3 a 2, mas conseguiu a classificação às semifinais da Copa Sul-Americana graças ao placar do jogo de ida.

No Morumbi, a equipe de Muricy Ramalho vencera por 4 a 2, e, graças ao saldo de gols nos dois confrontos, foi capaz de avançar na competição.

Os gols paulistas foram marcados por Alan Kardec e Paulo Henrique Ganso. O equatoriano Miller Bolaños fez os três do Emelec, em uma partida envolta em um clima quase de guerra em Guaiaquil, no Equador.

Apesar da classificação, o São Paulo foi muito pressionado, principalmente no segundo tempo, quando o time da casa ficou a apenas um gol de levar a disputa para os pênaltis e chegou a carimbar duas bolas na trave. O goleiro Rogério Ceni teve participação decisiva na manutenção do placar favorável, com importantes defesas.

Agora, o São Paulo terá pela frente o Atlético Nacional, que venceu as duas partidas contra o Cesar Vallejo por 1 a 0.

Pelo Campeonato Brasileiro, o São Paulo voltará a campo no domingo, contra o Vitória, em Salvador.

Fases do jogo. O estádio George Capwell estava lotado e pegou fogo quando Miller Bolaños, o artilheiro rebelde do Emelec, abriu o placar logo nos primeiros segundos. Ele aproveitou uma falha defensiva da zaga tricolor, ficou na frente de Rogério Ceni e não desperdiçou. O 1 a 0 precoce pareceu mexer com a cabeça dos jogadores do São Paulo, que precisaram de alguns minutos para se sintonizar novamente no jogo. Para sorte deles, o time da casa não conseguiu impor pressão para fazer mais gols.

Com o tempo, o São Paulo foi capaz de se reorganizar, pôs a bola no chão e chegou ao empate quando Alan Kardec recebeu uma bola ajeitada de cabeça por Paulo Miranda e chutou com precisão de direita. Dez minutos depois, um contra-ataque puxado por Michel Bastos e Souza terminou com Kaká na marca do pênalti. Ele teve a frieza para virar o corpo e passar para Paulo Henrique Ganso apenas empurrar a bola para fazer o segundo.

Com 2 a 1 no placar e uma imensa vantagem (o Emelec precisava marcar três vezes para levar a decisão aos pênaltis), o São Paulo foi surpreendido no segundo tempo com dois gols em sete minutos. Foram dois pênaltis, um feito por Paulo Miranda (que derrubou um adversário na área) e por Álvaro Pereira, que tocou com a mão na bola. Miller Bolaños converteu as duas cobranças para colocar fogo no jogo novamente.

A revirada fez o jogo ficar totalmente a favor do Emelec, que passou toda a etapa final pressionando, buscando o gol da classificação. O São Paulo pouco fazia, além de se defender desesperadamente, dando chutões da defesa para o ataque.

O melhor. Miller Bolaños. O meia-atacante não fez uma partida brilhante, mas aproveitou as oportunidades que teve para balançar as redes. Foram três gols, dois de pênalti, em uma noite que ele vai demorar para esquecer.

O pior. Paulo Miranda. O zagueiro participou de dois gols do Emelec. No primeiro, errou o posicionamento na falha coletiva que permitiu a Bolaños chegar na cara do gol. No segundo, derrubou infantilmente um adversário e “deu” um pênalti ao Emelec.

Chave do jogo. Os gols-relâmpago do Emelec. Os dois gols em sete minutos no começo do segundo tempo fizeram o resto da partida ficar toda favorável ao time da casa. Durante 45 minutos, o São Paulo foi pressionado, graças ao dois pênaltis convertidos por Bolaños, que deram esperanças aos equatorianos.

Toque dos técnicos. Gustavo Quinteros, o técnico argentino do Emelec, teve coragem o suficiente para mandar seu time para frente no começo do segundo tempo. A estratégia sufocou o meio-campo mais qualificado do São Paulo, e Muricy não conseguiu fazer seus atletas jogarem ofensivamente no segundo tempo.

Para lembrar.

Artilheiro. Foi a quarta partida seguida em que Alan Kardec fez gol (Goiás, Criciúma e o jogo de ida contra Emelec). Isso depois de ele ter ficado 11 jogos sem marcar.

Jogo aéreo. O gol de Kardec foi mais um que nasceu depois de um levantamento na área. Essa tem sido a jogada mais forte do São Paulo de Muricy Ramalho ultimamente.

Guerra. O São Paulo já havia sido impedido de treinar na véspera do jogo, já tinha sido recebido com ameaças pelo torcedores equatorianos e, durante o jogo, o clima hostil continuou. Rogério Ceni reclamou várias vezes de um feixe de luz que a torcida apontou em seus olhos. Antes do segundo tempo começar, os jogadores tricolores precisaram tirar faixas de papel que a torcida jogara na grande área de Ceni.

FICHA TÉCNICA

EMELEC 3 x 2 SÃO PAULO
Copa Sul-Americana, quartas de final (volta)
Data e horário:
05/11/2014, às 22h (de Brasília)
Local: Estádio George Capwell, em Guaiaquil, no Equador
Árbitro: Enrique Osses (Chile)
Auxiliares: Francisco Mondria (Chile) e Sergio Román (Chile)
Gols: Miller Bolaños a 1min (Emelec), Alan Kardec aos 28min e Ganso aos 39min do 1º tempo; Bolaños aos 3min e aos 8min do 2º tempo (Emelec)
Cartões amarelos: Giménez, Bolaños e Pedro Quiñonez (Emelec); Ganso e Paulo Miranda (São Paulo)

Emelec
Dreer; Narváez (Charcopa), Achilier, José Quiñónez e Bagüi; Pedro Quiñónez (Gaibor), Giménez, Lastra e Bolaños; Ángel Mena e Herrera (Mondaini)
Técnico: Gustavo Quinteros

São Paulo
Rogério Ceni; Hudson, Edson Silva, Paulo Miranda e Alvaro Pereira (Ademilson); Denilson, Souza, Paulo Henrique Ganso, Michel Bastos e Kaká (Osvaldo); Alan Kardec (Lucão)
Técnico: Muricy Ramalho