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River Plate acaba com seca de 17 anos e conquista a Sul-Americana

Do UOL, em São Paulo

11/12/2014 00h09

Entre 1997 e 2014 se passaram 17 anos. Neste período, o torcedor do River Plate viu seu principal rival, o Boca Juniors, levantar 11 taças internacionais. Neste período, o River ficou sem levantar um troféu sequer fora da Argentina, desde que levou a Supercopa da Libertadores daquele ano. Mas a seca acabou. Nesta quarta-feira, o clube argentino finalmente voltou a ganhar um torneio continental: é o dono da Copa Sul-Americana de 2014. A conquista veio com vitória por 2 a 0 sobre o Atlético Nacional, da Colômbia, em um Monumental de Nuñez pulsante.

Invicto. É assim que o River levanta a taça. 10 jogos, oito vitórias, dois empates. Com direito a eliminar o Boca nas semifinais. Pegando um pênalti do rival. Épico. Como foi a festa da torcida no Monumental, com faixas e sinalizadores. Como foi a atuação de Pisculichi nos dois jogos da final, decisivo. A Argentina domina o futebol sul-americano em 2014, levando os dois principais torneios do continente (o San Lorenzo conquistou a Libertadores pela primeira vez na história).

Fases do jogo
O primeiro tempo foi animadíssimo em Buenos Aires. Os melhores em campo na etapa foram os goleiros, Armani (Atlético) e Barovero (River), que fizeram grandes defesas, Os ataques estavam envolventes, sempre encontrando espaços na base da habilidade e do toque de bola. Mas o zero não saiu do placar. Injustamente.

Até que o River resolveu mudar o estilo. Adiantou a marcação e pressionou mais. O Atlético ficou perdido, não mais atacou. E os argentinos trabalharam até descobrir qual era o caminho que resultaria nos gols: e encontraram. Dois escantetios cobrados por Pisculichi, duas bolas certeiras nas cabeças de Mercado, primeiramente, e de Pezzella, depois. Por duas vezes a bola entrou no canto esquerdo de Armani, sem chances para ele. O River é, enfim, campeão fora da Argentina. Dezessete anos depois.

O melhor
No primeiro jogo da decisão, Pisculichi esteve sumido durante todo o 1° tempo, mas na segunda etapa começou a dominar o meio de campo, achar seus companheiros em boas situações de ataque e acertar um belo chute de longe para empatar o jogo. O cenário se repetiu em Buenos Aires: sumido na etapa inicial, resolveu jogar na hora decisiva e colocou a bola na cabeça de Mercado e Pezzella para os gols do título. Resolveu a final e ganhou de vez o amor da torcida do River, tão incerta quando de sua contratação, no começo da temporada.

A atuação de Pisculichi impediu que Armani, o goleiro do Atlético Nacional, se consagrasse. Ele fechou o gol no primeiro tempo com defesas dificílimas. Foi o único do time colombiano que entrou no ritmo que uma final exige.

O pior
A zaga do Atlético esteve perdida tanto pelo chão como pelo alto. Os gols saíram na bola aérea, mas co River só não marcou na base do toque rasteiro porque Téo Gutiérrez perdeu ótimas chances. A atuação dos dois zagueiros colombianos, Henriquez e Valencia, foi fraquíssima. Resultou no vice-campeonato.

Chave do jogo
Marcelo Gallardo, técnico do River, estava em campo pelo clube na conquista da Libertadores de 1996. Naquela ocasião, o time tinha em seus atacantes o ponto forte: Francescoli e Crespo. Desta vez, sem tamanha qualidade, Gallardo percebeu que a bola aérea era a solução, a ponto do técnico do Atl. Nacional, Juan Osorio, dizer que seu time deveria melhorar nesse quesito. Não melhorou. Os dois gols saíram em escanteios, quase iguais,

Para lembrar
A Argentina domina a Sul-Americana. Foi o sexto título do país em 12 edições. O Boca é o único com duas taças (2004 e 2005), enquanto Lanus (2013), San Lorenzo (2002), Arsenal de Sarandí (2007), Independiente (2010) e agora o River tem uma. O Brasil vem em seguida, com duas conquistas: Inter (2008) e São Paulo (2012).

O River ainda está muito atrás de seu rival Boca Juniors em títulos internacionais.O Boca tem seis Libertadores, contra duas do River, duas Sul-Americanas, quatro Recopas e três títulos mundiais, contra só um do River.