Geração de 2000 se diz melhor que time de Tite e teme que Neymar vire novo "São Marcos"
O Corinthians está na semifinal da Copa Libertadores, feito que apenas o badalado time do ano 2000 havia conseguido na história centenária do clube. Na época, Edilson, Marcelinho Carioca, Vampeta e Luizão eram as estrelas da companhia, mas esbarraram no arquirrival Palmeiras. Apesar de não terem conseguido o tão sonhado título, a geração passada se vê melhor que o time de Tite.
EDU VÊ CARACTERÍSTICAS DIFERENTES
Edu Gaspar é quem melhor pode falar sobre as duas fases corintianas. Jogador da geração de 2000, ele é hoje diretor de futebol do Corinthians e acompanhou os dois momentos de perto. O atual cartola considera difícil fazer comparações pelas grandes diferenças.
"Hoje o Corinthians faz um papel brilhante defensivamente e tomou pouquíssimos gols na Libertadores. Por outro lado, naquele ano nosso ataque estava muito forte com Luizão e Edilson. Cada um tinha sua característica mais marcante", disse.
Edu atuou no segundo jogo da semifinal contra o Palmeiras e, inclusive, converteu sua cobrança na disputa de pênaltis. Ele, no entanto, não acredita que sua experiência possa ajudar o grupo atual. "Procuro me envolver no que acho que devo ajudar. Hoje sou diretor de futebol. Não interfiro na parte da comissão técnica", finalizou.
Os ídolos da década passada veem méritos no grupo atual e reconhecem as chances de Paulinho, Ralf e companhia atingirem o inédito feito. No entanto, se veem em vantagem pelos talentos individuais.
O ex-camisa 10 Edilson diz que o time de Oswaldo Oliveira era "muito melhor". “Você sabe que eu sou sincero. Não tem comparação. Aquele time era muito bom, respeito quem está aí hoje, mas não tem como comparar.”
O mesmo sentimento é compartilhado por Luizão. O ex-atacante foi um dos responsáveis por levar a decisão para os pênaltis ao marcar dois gols na partida de volta.
“Aquele time era muito melhor que esse. Porque tinha jogadores mais experientes. Não que este seja ruim, mas aquele foi um dos melhores da história do clube. Havia jogadores com mais capacidade para decidir do que o atual”, avaliou.
Já Vampeta vê equilíbrio entre as gerações e acha difícil a comparação pelas diferenças de características, mas concorda que as estrelas faziam a diferença. “A história diz que os dois chegaram. Esse tem conjunto, mas não tem Marcelinho e Edilson. Aquele tinha conjunto e estrelas”, afirma.
Se Neymar é a ameaça para o time de Tite que foi campeão brasileiro no ano passado, a equipe de 2000 também teve o seu carrasco. O campeão brasileiro de 1999 e do Mundial de Clubes realizado no Brasil parou nas mãos de 'São Marcos'.
Na ocasião, o duelo foi decidido apenas nos pênaltis após o Corinthians vencer o primeiro jogo por 4 a 3 e ser derrotado no segundo por 3 a 2. Nas penalidades, Marcos, ainda no começo da carreira, se consagrou e defendeu a cobrança do maior ídolo corintiano, Marcelinho Carioca.
AS CAMPANHAS ATÉ AS SEMIS
2000 | 2012 | |
Primeira Fase | 13 pontos; 4 V; 1 E; 1 D; 17 GP; 13 GS | 14 pontos; 4 V; 2 E; 0 D; 13GP; 2 GS |
Oitavas de final | Rosário Central (2x3 e 3x2) pen. 4x3 | Emelec (0x0 e 3x0) |
Quartas de final | Atlético-MG (1x1 e 2x1) | Vasco (0x0 e 1x0) |
- V= vitória; E = empate; D= derrota; GP= gols pró; GS= gols sofridos
Dessa vez, a grande estrela e o carrasco pode ser Neymar. “Acho que ele pode fazer a diferença”, diz Luizão. Edílson vê de forma parecida. "Aquele time dava orgulho para a torcida, jogavamos bonito. Hoje em dia só o Santos tem jogadores que enchem os olhos".
TIME CAMPEÃO MUNDIAL EM 2000
- Em pé: Dida, Kléber; Fábio Luciano, Vampeta, Rincón e Adílson; Agachados: Luizão, Índio, Ricardinho, Marcelinho e Edílson
Fator "São Marcos"
O então zagueiro titular Adilson Batista relembra as qualidades do grupo que até hoje é lembrado no clube – na entrada do CT Joaquim Grava há um painel com a foto dos vencedores do Mundial de Clubes. Mas sabe que o Marcos fez a diferença
“O Oswaldo tinha um comando sobre o grupo. Sem medo, ambicioso, um time já vencedor com jogadores acostumados a uma decisão. Foi uma pena não passar pelo Palmeiras, fomos melhores nos dois jogos, mas o Marcos estava inspirado”.
Vampeta concorda que arqueiro alviverde foi o diferencial. “Não é à toa que virou São Marcos. Ele foi bombardeado de todas as formas naquela partida como nunca havia acontecido”.
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