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Libertadores - 2019

Justiça da Bolívia decreta prisão preventiva e 12 corintianos vão para presídio

Torcedores corintianos estão presos acusados de participação na morte do jovem - EFE/CORTESIA DIARIO LA PATRIA
Torcedores corintianos estão presos acusados de participação na morte do jovem Imagem: EFE/CORTESIA DIARIO LA PATRIA

Do UOL, em São Paulo e no Rio de Janeiro*

22/02/2013 15h10

A Justiça da Bolívia decidiu, após três horas de audiência, decretar a prisão preventiva dos 12 corintianos que estão detidos em Oruro desde a tragédia da última quarta-feira. A novidade encerra, ao menos neste primeiro momento, a expectativa dos brasileiros de responder ao processo em liberdade. Os torcedores detidos devem ser agora transferidos para um presídio boliviano, onde ocuparão celas comuns.

A decisão da Justiça foi confirmada pelo ministro conselheiro da embaixada do Brasil na Bolívia, Eduardo Saboia. Saboia foi a Oruro nesta sexta-feira acompanhar in loco os desdobramentos da morte do jovem boliviano Kevin Douglas Beltran Espada, de 14 anos.

Kevin Douglas morreu após ser atingido no olho por um sinalizador enquanto assistia ao jogo entre San José e Corinthians na quarta-feira, pela Libertadores. Imagens da partida mostram que o artefato pode ter sido disparado da área em que a torcida corintiana estava.

Baseada nessas imagens e outros indícios, uma promotora boliviana indiciou os 12 torcedores pela morte de Kevin na quinta-feira. Nesta sexta, a Justiça da Bolívia os ouviu e resolveu mante-los presos até o julgamento ou uma segunda ordem, disse Saboia. A título de comparação, no Brasil, a prisão preventiva tem prazo máximo de 60 dias (30 dias prorrogáveis por mais 30 dias).

A decisão da Justiça boliviana não agradou o representante do governo brasileiro. Logo após a audiência, Saboia dirigiu-se imediatamente ao gabinete da promotora que indiciou os corintianos para questioná-la a respeito dos indícios que a levaram a solicitar que os torcedores permaneçam presos.

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  • Reprodução/UOL

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"Eu vou falar com a promotora para saber com base em que ela os indiciou", afirmou Saboia, em entrevista ao UOL Esporte. "É preciso que haja fortes indícios para que uma pessoa seja mantida presa sem ter sido julgada. Tenho dúvida de que eles existem nesse caso."

Saboia afirmou que, durante a audiência judicial, os 12 torcedores presos pediram para ver os vídeos do disparo do sinalizador que teria matado Kevin. Os brasileiros se colocaram à disposição da Justiça para ajudar a identificar o autor do disparo. O vídeo, entretanto, não foi exibido na sessão. "Eles estão dispostos a ajudar, mas não tiveram a possibilidade", contou o ministro conselheiro.

Sem poder ajudar na investigações e agora presos preventivamente, os corintianos serão transferidos para um presidio ainda nesta sexta-feira. Lá, podem até dividir celas com presos comuns bolivianos, o que preocupa o governo brasileiro. "Vou visitar esse presídio de Oruro ainda hoje. Quero garantir a integridade física dos brasileiros", complementou Saboia.

*Atualizada às 16h / com Vinicius Konchinski. do UOL, no Rio de Janeiro