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Paulista - 2019

Por Felipão fora do Palmeiras, ex-diretores torcem por queda de Mano Menezes da seleção

Luiz Felipe Scolari não tem mais apoio que tinha quando chegou no Palmeiras - Leandro Moraes/UOL
Luiz Felipe Scolari não tem mais apoio que tinha quando chegou no Palmeiras Imagem: Leandro Moraes/UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

23/04/2012 06h00

Luiz Felipe Scolari não é mais unanimidade no Palmeiras. Muito pelo contrário. Usando o jargão comum de Brasília, o técnico perdeu a base política após a eliminação no Paulista diante do Guarani. Cardeais do Conselho Deliberativo que eram a seu favor retiraram o apoio e jogaram toda a responsabilidade para o presidente Arnaldo Tirone.

Segundo apurou a reportagem do UOL Esporte, poucos são os que sustentam o pentacampeão no seu cargo, a ponto de conselheiros e funcionários passarem a torcer contra Mano Menezes, técnico da seleção brasileira. A torcida é para que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) chame o palmeirense de volta ao comando da verde e amarela.

É o caso do ex-diretor de futebol e de outras áreas do clube Seraphim Del Grande. Ele ironiza o fato de Felipão ser o favorito de José Maria Marin, homem que comanda a seleção nacional e diz ser um dos tantos ex-diretores que querem ver a queda do treinador.

“Tenho que torcer para a CBF convocar logo o Felipão. E aí eu defenderia uma estátua para o Marin no Palmeiras. Ele ia nos ajudar muito tirando o técnico do Palmeiras. Eu acho que ele e toda a sua comissão técnica, incluindo o Galeano, já deveriam ter saído daqui desde o meio do ano passado. Muita, mas muita gente pensa que nem eu, é que nem todo mundo quer falar. Mas, para mim, chega”, disse Del Grande, membro da oposição.


A fala representa o pensamento da grande maioria do Conselho, que não aguenta mais Felipão. O discurso, aliás, não fica só na oposição. Nomes fortes da situação não suportam mais o técnico e reclamam publicamente. É o caso, por exemplo, de Mário Quaranta, que reclama na sua conta de Twitter e faz parte do grupo que elegeu Tirone e foi cogitado até para assumir cargo de marketing no clube.

“Sempre preservei o Felipão, mas ele teimar com alguns jogadores é coisa de louco e não pode falar que não tem substituto, porque tem! O pior de tudo é conhecre o Tirone e saber que ele não sabe o que fazer. Está perdidinho. Mas, se não tomar uma atitude amanhã, vai piorar. Sempre defendi o Felipão, mas agora chega. O time foi medíocre contra esse timinho do Guarani. Colocar o Mauricio Ramos e outros não dá”, disse ele via Twitter.

No departamento de futebol, já nem é novidade dizer que o vice-presidente Roberto Frizzo também não defende mais o trabalho de Felipão. Na hora de falar com a imprensa, no entanto, ele mantém o lado político e defende o passado vitorioso do técnico.

Todos os oposicionistas ao trabalho de Felipão, além de concordarem que o técnico está desgastado com o elenco, também sabem que Tirone não terá pulso para demiti-lo, por isso enxergam na convocação para a seleção com uma boa saída para os dois lados.

Poucos estão na contramão dessa corrente. É o caso de Genaro Marino, ex-diretor de futebol e atual braço direito do candidato à presidência Paulo Nobre. Ele defende que faltam recursos para Felipão trabalhar.

“Eu não acho que a demissão seja o caminho certo. Já tivémos Muricy e Luxemburgo e não deu certo. Falta o Palmeiras ser unido. Faltam recursos para Felipão. Se eu fosse do departamento, faria uma reunião e tentaria atender às necessidades dele”, disse Genaro.

Vale destacar que Felipão já veio a público para dizer que todas as suas necessidades já foram atendidas pela diretoria. Enquanto isso, Tirone que antes comemorava o longo vínculo com o atual treinador, ouve dezenas de sugestões de seus companheiros de Conselho e, pelo menos por enquanto, ignora os nomes: Luxemburgo, Jorginho, Dorival Jr., e até de Vadão.