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Direção repreende R. Gaúcho e admite dificuldades para encontrar atacante

Carmelito Bifano

Em Porto Alegre

23/06/2011 09h30

As declarações de Renato Gaúcho sobre a necessidade de reforçar o grupo do Grêmio na entrevista coletiva da última terça-feira geraram uma crise de relacionamento com direção, apesar de todos garantirem que o episódio já foi superado e que o objetivo é conquistar uma vitória contra o Botafogo, no domingo, às 16, no Rio de Janeiro. Depois do diretor César Cidade Dias ter negado que irá anunciar contratações até está quinta-feira, como pediu o técnico, foi a vez do cartola que comanda o futebol, Antônio Vicente Martins, repreender a atitude do treinador e pedir respeito com a hierarquia do clube.

"Acho que o Renato errou. Não é função dele, dar nada mastigadinho [termo usado pelo treinador quando afirmou ter entregue uma lista com jogadores que poderiam ser contratados]. Como também não é função da direção dar mastigadinho para ele como a equipe deve que jogar. Não acho correto também que a gente desvalorize os jogadores que fazem parte do grupo e são de primeira linha. Às vezes, os torcedores nos cobram. Sabemos que uma parte deles tem uma ansiedade, mas o nosso papel é dirigir e defender o patrimônio do clube. E não vamos abrir mão de dirigir. Como também não iremos abrir mão de exigir que quem é subordinado a nós, cumpra a subordinação", declarou o responsável pelo vestiário gremista.

Vicente Martins acredita que o Grêmio tem um elenco capaz de lutar pelo título do Brasileirão e lembra que as dificuldades para montar o setor ofensivo nas últimas partidas ocorreram pelas lesões André Lima, Miralles e Leandro. Todos passando por recuperação física depois de deixarem o departamento médico. Mesmo assim, garante que a diretoria segue buscando alternativas para reforçar o ataque, desde que a contratação não comprometa as finanças do clube.

"Estamos no mercado. Eu falei que o Grêmio queria fazer mais duas contratações, mas hoje acho que precisamos fazer uma específica para o ataque. Agora, não é fácil fazer essa contratação. Confessamos isso. Não vamos contratar nenhum jogador parecido com o que nós temos. Esse é o ponto. Vou dar um exemplo. Se indicarem o Jael [que teria sido solicitado por Renato], da Portuguesa, que dizem no mercado que custa entorno de R$ 1 milhão e é um jogador de R$ 80 mil por mês. Qual é o custo-benefício? É uma avaliação que a direção tem que fazer. Ele é muito melhor do que os jogadores que nós temos? Não vou empilhar jogadores, até porque tenho uma limitação financeira. Também não podemos trazer um jogador que possa, eventualmente, dificultar o crescimento de outros, como o Leandro e Miralles. Nosso orçamento já está apertado", revelou.

Ao ser questionado se a contratação do atacante está perto de ser concluída, o dirigente se limitou a brincar: "Pergunta para o Renato. Para o presidente Renato". Até o momento, além de Miralles, o Grêmio reforçou a equipe para a disputa do Brasileiro com mais dois jogadores, o meia Marquinhos e o volante Gilberto Silva.