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Grupo Boleiros combina futebol e pagode e leva Neymar à roda de samba

Atacante do Santos posa ao lado dos integrantes da banda que mistura samba e futebol - Divulgação
Atacante do Santos posa ao lado dos integrantes da banda que mistura samba e futebol Imagem: Divulgação

Ricardo Zanei

Em São Paulo

25/08/2011 07h00

Jogador de futebol gosta de samba e pagode. Essa é uma das máximas do esporte. Já imaginou qual seria o “jeito boleiro na arte de amar”? Já olhou para uma garota e teve certeza que ela é a “bola da vez”? Já fez gol na pelada e dedicou para a amada com um coraçãozinho? Pois é, combinar futebol e pagode é a tática do Grupo Boleiros, que está caindo no gosto da “boleiragem” e já levou até Neymar para a roda de samba.

ALEXANDRE PATO: CORAÇÃO E MÚSICA

Sabe aquele coraçãozinho feito com as mãos? Pois é, ele inspirou o Grupo Boleiros a escrever a música “Coração Pra Você”.

“Um dos pioneiros da moda de fazer o coração nas comemorações foi o Alexandre Pato, a inspiração foi ele. Logo depois vários jogadores começaram a fazer e tivemos a idéia de fazer esse música. Aliás, nessa música tentamos quebrar outro tabu que se criou, que jogador só gosta de noitada, balada e mulheres. Tentamos passar um outro lado dos jogadores, aqueles que amam e são fieis às suas esposas ou namoradas”, afirmou Pinha.

Hoje, o Exaltasamba é o líder do campeonato quando o assunto é ligação entre futebol e samba. Mas a conexão não se dá pelas letras das músicas. Os integrantes do “Exalta” frequentam as casas dos boleiros. Por sua vez, os jogadores são figurinhas carimbadas nos shows e nas peladas da banda.

No início de junho, o Exaltasamba anunciou que o vocalista Thiaguinho partirá para a carreira solo no início de 2012. Ao mesmo tempo, a banda entrará em recesso, sem data para retornar e deixando uma lacuna no coração da boleiragem. Espaço aberto para o Grupo Boleiros?

“Não acreditamos que alguém possa substituir o ‘Exalta’, afinal, foram 25 anos de carreira. Nos últimos dez, eles atingiram um nível de aceitação muito alto. Mesmo que alguém consiga números parecidos, não existe essa substituição, há espaço para todos. Mas, com certeza, a gente sonha em um dia estar na preferência de muitos boleiros”, disse Fernando Pinhanelli, o Pinha, em entrevista ao UOL Esporte.

Da bola para o Grupo Boleiros

Sabe aquela turma de amigos que cresceu jogando bola e fazendo um sambinha? Essa é a história do Grupo Boleiros, nascido na região de Americana (SP). Primeiro, a música animou a pelada. Agora, é a bola quem faz parte do pagode.

“O que tentamos, na maioria das vezes, é fazer a relação entre futebol e música, com trocadilhos e gírias, coisa que a gente gosta bastante”, disse Pinha.

O futebol não está presente apenas nas letras das músicas. O próprio Neymar é um dos boleiros que já foi ao show da banda. Vira e mexe, Vitinho (voz), Pinha (rebolo), Xande (cavaco), Bigo (violão) e Lucas (surdo, invasor palmeirense no grupo predominantemente corintiano) usam camisas de times nos shows, até mesmo em dias de rodada.

“Quando tem show em horário de jogo, o pessoal faz cara feia, mas ninguém reclama, sabemos que é o trabalho, temos que ir. Durante o show, sempre tem alguém avisando o resultado dos jogos. Pior é quando o time está perdendo e temos que continuar felizes em cima do palco”, brincou Pinha.

Das nove músicas do primeiro álbum (“Eu Jogo no Samba”, disponível para download no site oficial da banda, http://www.grupoboleiros.com.br), pelo menos quatro tem o futebol como tema: “Meu Jeito Boleiro de Amar”, “Bola da Vez”, “Coração pra Você” e “Tô com a Bola no Pé”. Mas não é só de bola que vive o Grupo Boleiros.

“Não podemos esquecer que somente ‘boleiros’ escutam nosso som. Muitas meninas se identificam e gostam bastante das músicas relacionadas ao futebol também, há várias ‘boleiras’ por aí, ao contrário do que muita gente pensa, porém não é maioria. Nosso CD é bastante diversificado, há várias músicas mais românticas e que falam de relacionamento”, afirmou Pinha.

“Meu Jeito Boleiro de Amar” é a primeira faixa do álbum de estreia. A dúvida é: existe um jeito boleiro de amar? “Acreditamos que seja um jeito mais despojado, mais descontraído e mais ousado de lidar com a relação. Como diria Neymar e Thiaguinho [do Exaltasamba], com ousadia e alegria”, encerrou Pinha, entre risos. E fim de jogo.