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São Paulo arma grande comemoração, mas Ceni avisa: 'Vou para o jogo, não para a festa'

Morumbi terá uma grande festa para Ceni, mas ele prefere se focar no jogo - Reprodução
Morumbi terá uma grande festa para Ceni, mas ele prefere se focar no jogo Imagem: Reprodução

Do UOL Esporte

Em São Paulo

06/09/2011 10h03

Esta quarta-feira será feriado nacional pela Independência do Brasil, mas para a torcida do São Paulo, o dia será de festa por outro motivo. Maior ídolo da história recente do clube, Rogério Ceni completará, numa única tarde contra o Atlético-MG, 1000 jogos pelo time tricolor e 21 anos como jogador da agremiação. Motivos para comemoração não faltam, mas ele prefere falar com cautela sobre a partida.

"Eu vou para o jogo e não para a festa", minimizou Ceni em longa entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. "Na verdade não sei o que vai acontecer no Morumbi... estou indo para trabalhar, para jogar e para vencer. A festa vai ficar na arquibancada".

Não é assim que o clube vê. A expectativa é de casa cheia, já que, segundo o São Paulo, mais de 32 mil ingressos foram adquiridos, entre 60 mil colocados à venda.

Mais do que os números largos, Ceni comemora a maneira como vem alcançando recordes de jogos, gols e partidas consecutivas. "Cada jogo representa muito para mim. A forma como está acontecendo, com sequência grande de jogos e muitas dores. Acho bacana. Representa toda a história, a ligação entre a torcida, o atleta e o clube. É difícil chegar a uma marca como essa sem ter lesões e sem gostar muito do que se faz. E por isso, me sinto realizado. Mas isso também dependeu da dedicação de muitos profissionais que me ajudaram", diz Rogério.

Nesses 1.000 jogos e 103 gols marcados, o goleiro artilheiro destacou alguns momentos marcantes em sua carreira. "O Mundial [em 2005] foi o maior título, mas tiveram outros também. Teve a Conmebol de 1994, que foi o meu primeiro título. O jogo do centésimo gol também [vitória sobre o Corinthians no Paulistão 2011], pelo momento, já que vínhamos de uma série de resultados ruins contra o Corinthians".

Seleção

Ídolo de um clube, Rogério Ceni reiterou ao Estadão que nem mesmo a conquista da Copa do Mundo de 2002 com a seleção, onde era o segundo reserva, foi tão emocionante quanto os títulos conquistados com o São Paulo. "Joguei algumas partidas, fui a duas Copas e tive muitas convocações. Acho legal defender o país. Servir a seleção é delicioso, mas é uma etapa. Não dá para comparar com a história no São Paulo, que é longínqua e mais intensa. Fui campeão mundial em 2002. Mas clube é outro sentimento", afirmou o arqueiro, que voltou a criticar a Copa de 2014 no Brasil.

" Acho legal o país receber um Mundial. Mas seria mais legal se fosse feito com as condições do país que está recebendo. Não dá para pedir uma Copa no Brasil como a da Alemanha. Teremos estádios iguais aos deles, mas o resto é totalmente diferente. Começamos do fim, existem coisas mais importantes para resolver e estão ficando para trás", afirmou Ceni, que ainda lamentou a ausência do Morumbi no Mundial. "É um estádio com história e que está relativamente pronto".

Aposentadoria

Em meio a tantos recordes, Rogério Ceni ainda está sem tempo para pensar na aposentadoria. A princípio, a data para pendurar as luvas é dezembro de 2012, mas ele admite que isso pode mudar. "Quando renovei o contrato até 2012, achei que dava pra jogar até 39 anos. Mais pra frente vou avaliar, pois existem objetivos e conquistas. Tenho de estar com essa vontade de jogar ainda e ver se os outros querem que eu continue. Mas meu pensamento é a carreira parar em 2012".

Depois de abandonar os gramados, o plano é um só: 60 dias de férias: "Nunca tive. Foram sempre 20 ou 18 dias. Mas mais que 60 dias não dá porque começo a enjoar". E depois de descansar, o goleiro disse que provavelmente vai trabalhar em algo paralelo com o futebol. "É isso que aprendi na vida. Não sei em que função, mas é provavelmente aqui", finalizou.

Amanhã no Morumbi, o torcedor que for ao estádio vai ganhar um kit para comemorar a marca histórica do goleiro. Estão incluídos no pacote uma cópia do ingresso para guardar de recordação e uma réplica da braçadeira de capitão de Rogério Ceni, além de bandeira com a marca personalizada dos 1000 jogos.