Palmeiras sofre para contratar, acumula balões e é esnobado até por desconhecidos

Luiz Felipe Scolari já sabe que será difícil comer o camarão que exigiu para 2012 e talvez tenha que se contentar com pratos mais triviais. A diretoria vem encontrando muitas dificuldades na busca de reforços. O clube acumula balões de rivais e já foi esnobado até por atletas desconhecidos.

Os jogadores consagrados estão difíceis de serem fisgados, mas até quem deveria sonhar em vestir a camisa alviverde dá as costas para o Palmeiras. Nomes como Edson Silva, Vitor Junior e Jonas, ainda desconhecidos da torcida, se negaram a defender o Palestra.

Todos eles acertaram ou estão negociando com rivais. O lateral direito Jonas, do Coritiba, preferiu defender o Santos, que está no Japão na disputa do Mundial de Clubes, enquanto o meia Vitor Junior, ex-Atlético-GO, assinou com o Corinthians e disputará a Libertadores. Já o zagueiro do Figueirense descartou a proposta alviverde por considerá-la baixa e agora tem conversas avançadas com o São Paulo.

O Palmeiras levou ainda outros balões nesse fim de ano. O meia Wagner, que atuou pelo Cruzeiro e estava no turco Gaziantepspor, estava bem cotado, mas assinou com o Fluminense. O jogador se desentendeu com o vice Roberto Frizzo, o que pesou na decisão.

Até o momento, a diretoria anunciou apenas a contratação do lateral-esquerdo Juninho, que se destacou na boa campanha do Figueirense no Brasileirão. Apesar de o jogador fazer parte da lista de 12 nomes pedidos por Felipão, não é considerado o atleta de peso que o comandante queria.

Outras contratações também emperraram pela forte concorrência ou por serem consideradas caras. O clube considerou fora da realidade o pedido do russo Anzhi por Diego Tardelli. O alto salário do lateral Kleber, do Internacional, também atrapalhou o acerto, e até o vazamento de informações foi considerado um problema para a chegada de Jorge Wagner. 

A diretoria admite que está difícil contratar. “Atletas importantes são sempre mais difíceis. Outros grupos também estão tentando se reforçar. São dificuldades do próprio mercado. Mas não é por falta de ação, estamos fazendo o trabalho que o Palmeiras precisa. Vamos buscar parceiros também”, disse o vice de futebol Roberto Frizzo.

O gerente de futebol Cesar Sampaio endossa o discurso do colega dirigente. “Os preços estão inflacionados. Os atletas que estão na nossa lista são bem remunerados e bem empregados. Temos que ajustar o nosso bolso às oportunidades que são poucas. No momento trabalhamos intensificando os contatos para viabilizar. Está difícil, mas vamos conseguir”, disse, em entrevista à Rádio Globo.