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Violência no futebol já provocou 155 mortes no Brasil desde 1988, diz jornal

Torcedores do Palmeiras no velório de André Lezo, um dos mortos do último clássico - Léo Barrilari/Frame/AE
Torcedores do Palmeiras no velório de André Lezo, um dos mortos do último clássico Imagem: Léo Barrilari/Frame/AE

Do UOL, em São Paulo

03/04/2012 08h34

A violência no futebol, especialmente entre torcidas organizadas, já causou 155 mortes no Brasil desde 1988, segundo pesquisa do diário Lance!. Os problemas vitimaram pessoas de 18 estados do país, a maioria formada por jovens mortos por armas de fogo.

O levantamento, segundo a publicação, é baseado em uma compilação de dados de jornais de todo o país. São Paulo é o estado mais afetado, com 32 mortes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 19 óbitos registrados.

Das 155 mortes, 103 foram causadas por incidentes com armas de fogo, 39 por agressões, cinco por facadas, quatro  por atropelamento e quatro por bombas. A maioria das vítimas é formada por jovens. Nada menos que 74 de todos os atingidos pelo problema tinham de 11 a 20 anos, enquanto 53 de 21 aos 30 anos.

O levantamento parte do assassinato de Cléo Sostenes, em 17 de outubro de 1988, em São Paulo. Ex-presidente da Mancha Verde, ele foi morto a tiros, supostamente por rivais corintianos.

Nos dois últimos fins de semana, dois casos de violência fizeram o país voltar a discutir o tema. Em São Paulo, horas antes de um clássico entre Corinthians e Palmeiras, torcedores de Mancha Alviverde e Gaviões da Fiel se enfrentaram em uma avenida da zona norte de São Paulo.

Segundo a Polícia Civil, que investiga o caso, tratou-se de uma emboscada de represália à morte de um corintiano no ano passado. Desta vez, dois palmeirenses morreram. Em Goiás, no último sábado, a violência entre as torcidas fez uma nova vítima.

Diego Rodrigo da Costa, torcedor do Goiás de 23 anos, morreu em um enfrentamento com a torcida do Vila Nova em uma região nobre de Goiânia. No último ano, os conflitos no estado causaram nada menos que nove mortes, uma média de um caso a cada 37 dias. Ao todo, desde 1988, a região viu 16 torcedores serem vítimas da violência.