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Irmão de Ronaldinho Gaúcho é condenado à prisão por lavagem de dinheiro

Assis [e] foi condenado a 5 anos de prisão por lavagem de dinheiro em 2003 e 2004 - Alexandre Vidal/Fla Imagem
Assis [e] foi condenado a 5 anos de prisão por lavagem de dinheiro em 2003 e 2004 Imagem: Alexandre Vidal/Fla Imagem

Do UOL, em Porto Alegre*

17/04/2012 12h44

O irmão e empresário de Ronaldinho Gaúcho, Roberto de Assis Moreira, foi condenado à prisão em regime semiaberto pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, nesta terça-feira. A razão para sentença de cinco anos e cinco meses se deve a acusação de lavagem de dinheiro e sonegação de impostos, ocorridas em 2003 e 2004. Assis ainda pode recorrer da decisão, publicada na última quinta-feira.

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  • Marcelo de Jesus/UOL

    Desde o início de carreira, Ronaldinho Gaúcho foi acostumado a ter que superar os adversários na sua cola e resolver sozinho os problemas de seus times. Atualmente, no entanto, essa realidade mudou um pouco e as cobranças ao craque também passaram para sua vida pessoal. Sem a mesma desenvoltura apresentada um dia dentro de campo, o craque agora precisa de ajuda fora dele para driblar marcações e cumprir obrigações.

De acordo com a denúncia, Assis contribuiu para que fossem sonegadas informações ao Banco Central sobre transferência e câmbio de US$ 884 mil. Além de depósito de R$ 125 mil em banco na Suíça sem prestar esclarecimentos à Receita Federal, e ocultar e dissimular movimentações de propriedade no valor de R$ 776.480,28, convertendo-o em ativos lícitos.

A alegação de Assis sobre o dinheiro investido e impostos sonegados é que eles tinham origem em sua carreira como jogador de futebol, encerrada em 2001, na França. Assis teve passagens por Corinthians, Grêmio, Fluminense, Vasco e uma série de times fora do país quando atleta profissional.

Em contato com o UOL Esporte, Assis se mostrou tranquilo, mas preferiu não comentar a decisão. "É melhor ligar para meu advogado, prefiro que ele se manifeste", disse. "O processo já corria há algum tempo, como se sabe", completou.

Enquanto isso, seu advogado, Sergio Felicio Queiroz , mostrou-se irritado com o tema. "O que você quer saber?", perguntou de pronto, por telefone. "Li a matéria referida e não creio que seja correto a divulgação de situações presentes no caso. O documento está disponível às partes, não à divulgação pública", disse.

Contudo, a sentença do caso envolvendo o irmão e empresário de Ronaldinho está divulgada no site do TRF para acesso de qualquer pessoa. Logo, foi tornada pública pelo Tribunal, antes de ser veiculada por qualquer meio.

Com a insistência da reportagem, o advogado adotou tom de ameaça. "Você pode escrever o que quiser, e eu posso, se achar inconveniente, buscar meus direitos. Você informa o que acha necessário, e cabe a mim dar ou não entrevista. Não quero me manifestar ao seu veículo", finalizou.

Atualmente, Assis gere a carreira de Ronaldinho Gaúcho e tem muitos investimentos em Porto Alegre. No entanto, a situação da família deles não é a melhor na capital gaúcha. O clube de futebol que tinham, Porto Alegre, foi fechado por tempo indeterminado. Da mesma forma, após um assassinato, a casa noturna Planet Hall também acabou interditada.

Além do ódio da torcida do Grêmio, fruto da negociação frustrada no início de 2011 e da maneira que Ronaldinho deixou o clube em 2001, sem praticamente gerar lucro algum. Assis foi intermediário das tratativas com o Grêmio ano passado, e eleito principal vilão pela direção gremista.

Segundo a sentença, publicada no site oficial do TRF, Assis precisará cumprir 5 anos e 5 meses de prisão em regime semiaberto. Além de pagar 40 salários mínimos da época de um dos casos, maio de 2004, e mais 15 salários mínimos de outra acusação, dezembro de 2003. No entanto, a prisão não será imediata, pois ele tem o direito de recorrer em liberdade.

*Atualizada às 16h46