Sem R10, Fla aposta em Love para captar patrocínios e recuperar apoio da torcida

Nada como apostar em quem vive um casamento estável com a exigente torcida para superar o fracasso envolvendo Ronaldinho Gaúcho. Assim pensa a diretoria do Flamengo. Ídolo rubro-negro e tido como modelo de dedicação ao clube, o atacante Vagner Love é a esperança dos dirigentes para captar patrocínios e recuperar o apoio do torcedor após mais uma decepção na atual gestão.

Embora, a fase dentro de campo não fosse das melhores, a presença de Ronaldinho era considerada importante em um primeiro momento no Flamengo. Perdê-lo foi um golpe duro para Patricia Amorim e fez a diretoria rever alguns planos para a sequência da temporada. Na última quinta-feira, o ex-camisa 10 conseguiu a rescisão de contrato e cobrou uma dívida de R$ 40.177.140,00. O juiz do trabalho André Luiz Amorim Franco assinou a liminar encerrando o vínculo do atleta com o Flamengo, que prometeu luta implacável contra o jogador na Justiça.

Considerado uma das esperanças para a captação de patrocínios, Ronaldinho se mostrou um fracasso junto ao clube. Com ele, o Flamengo só conseguiu a cota master por alguns meses no ano passado e segue órfão da propriedade em 2012. Sem sua presença e as polêmicas dentro e fora de campo, a ideia é apostar na ligação entre Vagner Love e o torcedor para buscar ao menos uma cota provisória até o final do ano.

Autor de 36 gols em duas passagens pelo Flamengo, o artilheiro do amor é o único atualmente com “imunidade” no elenco. Tem a confiança da torcida e pode resgatar em parte a moral da atual diretoria se continuar jogando bem e fazendo a diferença. Machucado, o torcedor está descrente quanto ao futuro do time no Campeonato Brasileiro. No entanto, o consenso nos bastidores é de que Vagner Love pode ser o principal condutor de uma reviravolta inesperada. Ao seu lado, os dirigentes também apostam em Ibson e Léo Moura como armas para superar o episódio Ronaldinho.

No final de março, o Flamengo esteve muito perto de fechar um patrocínio com a Hyundai por R$ 21 milhões. No entanto, a alta taxa que teria que ser paga a Ronaldo, que intermediou a negociação através de sua empresa de marketing esportivo, emperrou as conversas. Atualmente, o Rubro-Negro recebe R$ 8 milhões da BMG, R$ 5 milhões da Mobil, R$ 2 milhões da TIM, R$ 3,5 milhões da Triunfo Engenharia, e almeja o patrocinador master por R$ 20 milhões.

Com uma folha salarial de cerca de R$ 7 milhões, o clube está sem a cota desejada desde o início do ano e tem usado parcelas do contrato de televisão para pagar os jogadores. Ainda assim, o Flamengo acumula dívidas com os atletas por conta dos direitos de imagem. A expectativa é a de resolver alguns impasses financeiros até o final da temporada.

Da contratação e saída de Zico, em 2010, passando por eliminações na Copa Libertadores e o primeiro semestre traumático, em 2012, são poucos os motivos para comemoração na Gávea. Desde o início do mandato de Patricia Amorim passaram pelo futebol rubro-negro cinco técnicos – Andrade, Rogério Lourenço, Silas, Vanderlei Luxemburgo e Joel Santana -, além de quatro vice-presidentes de futebol e três diretores. Os acertos são pequenos e as alternativas cada vez mais escassas. Desta vez, a bola está mais do que nunca com Vagner Love. Dentro e fora de campo.