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Diretoria do Fla perde a paciência com Adriano, e atacante diz que não quer mais jogar

Por mensagem, Adriano (D) disse a Zinho (E) que não queria mais jogar futebol - Bernardo Monteiro/VICPOMM
Por mensagem, Adriano (D) disse a Zinho (E) que não queria mais jogar futebol Imagem: Bernardo Monteiro/VICPOMM

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/11/2012 06h10

A diretoria do Flamengo perdeu a paciência com o atacante Adriano após mais uma série de indisciplinas do jogador. Após as ausências no treino de quinta e sexta-feira e as notícias sobre o "desempenho" do jogador durante as respectivas madrugadas, a cúpula do rubro-negro mudou o comportamento adotado em outros episódios polêmicos, quando chegou a proteger o atleta, e já não esconde mais a decepção com a nova recaída do Imperador.

Internamente, nem mesmo a troca de mensagens de Adriano com o diretor executivo Zinho, na noite de quinta, comoveu os dirigentes da Gávea. Enquanto entrava em contato com o cartola para pedir dispensa das atividades até terça por problemas pessoais, o Imperador desabafou e disse que não queria mais jogar futebol pois estava cansado de tantas cobranças.

Zinho pediu que o jogador tivesse calma, repensasse sua decisão e conversasse melhor na terça, data marcada para seu retorno aos treinos no Ninho do Urubu. E por um momento, outros dirigentes tiveram a mesma tranquilidade. A divulgação de um vídeo, no entanto, com Adriano curtindo a madrugada em um show de funk e ignorando os problemas pessoais foi a senha para que o caos se instalasse mais uma vez no clube.

AS FALTAS DE ADRIANO NO FLA EM 2012

29 de agostoEm cima do horário do treino, Adriano avisou que não iria ao Ninho do Urubu
3 de setembroAdriano não apareceu no treino e foi visto em churrasco na favela Vila Cruzeiro
29 de setembroApós passar noite em boate, Adriano faltou a treino e mandou SMS para Zinho
23 de outrubroAdriano não compareceu à academia para trabalho de musculação
1º de novembroAdriano faltou ao treino marcado para jogadores não relacionados na quarta

Os dirigentes entenderam que não seria mais possível "passar a mão na cabeça" de Adriano após nova polêmica. Na noite de quarta, o jogador já havia ido a uma boate na Barra da Tijuca e, em seguida, faltado ao treino marcado para a manhã de quinta-feira. A farra se estendeu até sexta-feira e os problemas só aumentaram.

Sem paciência para os novos deslizes do Imperador e concentrados na partida do último sábado, contra o Figueirense, os dirigentes ignoraram o assunto, que só voltará a ser debatido na próxima segunda-feira, quando Zinho irá se reunir com a presidente Patricia Amorim e outros diretores para resolver o futuro de Adriano.

Com seis faltas acumuladas, o jogador pode ter seu contrato rescindido por justa causa. E mesmo após o atleta afirmar para Zinho que não queria mais jogar ideia, porém, a decisão ainda não foi tomada. Até porque muitos acham que o discurso de Adriano se deu em um momento de recaída e esperam para ouvi-lo na terça, data marcada para sua reapresentação.

Com o futuro incerto, a única certeza nos bastidores é que Adriano dificilmente voltará a vestir a camisa rubro-negra para um jogo oficial neste ano. Resta saber, no entanto, se a camisa 10 continuará sendo usada em treinos até o final de seu contrato - 22 de dezembro - ou se será "aposentada" de maneira melancólica.