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Barcos dá bronca em Tirone, diz que tem propostas e que pode sair do Palmeiras para não passar vergonha

Barcos está preocupado com seu futuro na seleção argentina e pode deixar o Palmeiras - Almeida Rocha/Folhapress
Barcos está preocupado com seu futuro na seleção argentina e pode deixar o Palmeiras Imagem: Almeida Rocha/Folhapress

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

27/11/2012 18h43

O argentino Hernán Barcos deu uma das entrevistas mais polêmicas do ano no Palmeiras. Após um descontraído rachão, o atacante deu uma coletiva de imprensa, deu bronca no presidente do clube, Arnaldo Tirone, disse que tem propostas para sair e não garantiu que ficará no Palestra Itália no ano que vem.

Segundo o camisa 9, o nível da Série B é péssimo e isso pode significar a sua saída após o ano em que ele marcou 28 gols e conseguiu uma vaga na seleção argentina. Uma conversa com o comandante dos "hermanos", Alejandro Sabella, aliás, foi essencial para que ele tivesse a ideia de deixar o time neste ano.

"Ainda estou pensando. Falei com o técnico da seleção e ele disse que obviamente é muito difícil eu ser convocado, porque perde um pouco do caminho se eu quiser ficar na Série B. Assim, seria uma chance perdida de ficar na seleção, por isso, minha permanência não é garantida", disse ele.

"O presidente (Arnaldo Tirone) falou que eu não saio por nada neste mundo, e ele usou a cláusula de rescisão por isso. Mas ele não pode falar isso porque ele também tem que respeitar o que eu quero e ele não sabe o que eu quero. Eu ainda não falei com ninguém. Quando eu falar com ele, vou falar isso que estou dizendo a vocês. Não é certo falar que eu não saio por nada do Palmeiras. O trabalho deles (diretoria) é fazer com que eu fique, ele defende o lado deles, mas eles não podem falar o que quiser, porque tem que entender que podem prejudicar o meu lado profissional também", completou o argentino. 

Barcos ainda afirmou que já recebeu algumas propostas e que está analisando. Ele não revelou quem são os interessados, mas descartou jogar por um rival. Segundo ele, a identificação com o Palmeiras é muito grande para que ele defenda o São Paulo ou o Corinthians. 

Ele ainda lembrou de casos de jogadores que saíram brigando por um salário maior e afirmou que o seu problema não é econômico, tampouco de visibilidade, porque ele sabe que o Palmeiras terá espaço na mídia independentemente da divisão em que estiver. O grande problema é jogar um campeonato de nível fraco e "passar vergonha" com um time pior na Libertadores.

"O problema não é aparecer, mas sim o nível da competição. Eu vou ficar disputando uma competição com profissionais piores e depois vou ter de disputar entre os melhores da América. E também não é profissional, porque eu já vim para o Palmeiras para ganhar menos (ele tinha proposta da Arábia Saudita)", disse ele, para depois completar. "Também tem de ver o time que vão montar para a gente disputar a Libertadores. Não adianta a gente entrar só para disputar a Libertadores, temos que brigar. Não adianta ir para uma competição como fomos na Colômbia, na Copa Sul-Americana, e passar vergonha. O Palmeiras não pode passar vergonha", alertou o camisa 9.

Por fim, ele pediu compreensão por parte da torcida caso ele decida por sair. Ele disse que não tem certeza de quando tomará a sua decisão, mas que tudo isso só acontecerá no fim do Brasileirão.

"Eu gosto do Palmeiras, quero ficar no Palmeiras e reconheço muito o que a torcida faz por mim, o carinho. Eu sou profissional, mas tenho coração e é uma decisão muito difícil. Acho que eles precisam entender que eu quero jogar a Copa do Mundo e isso pode pesar muito. Mas por mim eu decidia hoje, tenho família que está gostando muito daqui, eu estou muito feliz aqui, mas tenho que colocar na balança e poder disputar o Mundial, que é um sonho para todo mundo", finalizou.