Loco encerra ciclo no Botafogo com cavadinha, polêmicas e rescisão de R$ 1,8 milhão

A torcida do Botafogo ficou um pouco mais triste no último domingo, quando Loco Abreu foi apresentado pelo Nacional, no Grand Parque Central, em Montevidéu. Sua passagem pelo Alvinegro ficou marcada pela cavadinha em cima do Flamengo, na final da Taça Rio, pelas polêmicas vividas com treinadores e exigiu ressarcimento de R$ 1,8 milhão para deixar o Glorioso.

A trajetória de Loco Abreu se iniciou em 2010, quando foi campeão do Carioca ao faturara Taça Rio sobre o Flamengo. O Botafogo havia sido vice-campeão em 2007, 2008 e 2009 para seu maior rival. Uma nova derrota para o Rubro-negro seria catastrófica. Jefferson e Herrera tiveram papel decisivo, mas a grande estrela foi o uruguaio, que garantiu o triunfo com um gol de pênalti, cobrado com uma arriscada cavadinha.

A partir desse momento, Loco Abreu virou ídolo dos torcedores. O então técnico Joel Santana soube administrar alguns problemas, mas em setembro de 2010, ocorreu a primeira polêmica. O atacante não gostou de ser substituído em partida contra o Barueri e reclamou. O treinador ficou revoltado e houve uma breve discussão.

O clima ruim com o treinador durou até o Carioca de 2011, quando Joel Santana foi demitido pelo Botafogo. Com a chegada de Caio Júnior, Loco Abreu viveu grande fase. O treinador apostava no uruguaio e não houve problemas, que voltariam a ocorrer em 2012, sob o comando de Oswaldo de Oliveira.

Insatisfeito com o rendimento de Abreu, Oswaldo o colocou no banco de servas. A medida não foi bem aceita e o clima ficou pesado no Botafogo. Loco pediu e foi emprestado ao Figueirense, onde teve fraco desempenho – um gol em oito jogos. Em 2013, o comandante novamente gostaria de ter o uruguaio no banco de reservas, mas o camisa 13 pediu para sair e foi negociado em definitivo com o Nacional-URU.

“O Loco Abreu é um jogador experiente. Ele sabe o que quer e o que fazer. Voltando ao Uruguai, ao clube que gosta tanto, tem chance de ser bastante útil”, disse sem entrar em polêmicas.

Saída com rescisão de R$ 1,8 milhão

A saída de Loco Abreu no Botafogo deixou alguns torcedores decepcionados. Com contrato até agosto de 2014, o jogador teria cerca de R$ 6 milhões para receber de salário. Assim, pediu uma rescisão contratual de R$ 3 milhões, o que revoltou os dirigentes alvinegros. A diretoria ofereceu R$ 700 mil e o uruguaio e seu agente, Jorge Chijane, fizeram uma contraproposta de R$ 1,8 milhão.

Durante as negociações, Loco afirmou que não teria problema em jogar por um ano no Nacional, por empréstimo, e retornar ao Botafogo em 2014. O atacante disse que se não houvesse a rescisão, ficaria treinando em separado e recebendo seu salário. Sem saída, a diretoria aceitou a rescisão e encerrou a passagem do camisa 13 por General Severiano. Em 101 jogos, Abreu marcou 62 gols e conquistou uma Taça Guanabara, duas Taça Rio e um Campeonato Carioca.