Fifa diz que crime organizado está de olho em 50 campeonatos para manipular resultados
A Fifa anunciou nesta quarta-feira que o crime organizado está analisando cerca de 50 ligas de futebol para praticar a manipulação de resultados e, segundo o chefe de segurança da entidade, Ralf Mutschke, nenhum país está livre da possibilidade de ter jogos com placares arranjados pelos criminosos.
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Mutschke afirmou que se encontrou com um agente condenado e que ele disse que os criminosos estão deixando o tráfico de drogas para “investir” nas partidas arranjadas.
“Conheci um agente condenado aqui em Zurique e ele me disse que os criminosos estão migrando do tráfico de drogas para a manipulação de resultados por causa do baixo risco e do alto lucro. Ele me disse isso pessoalmente”, disse Mutschke, que trabalhou para a polícia federal da Alemanha por 33 anos.
“Eu diria que cerca de 50 diferentes ligas nacionais de fora da Europa estão sendo analisadas pela organização criminosa para o mercado das apostas”, analisou.
A Fifa entende que a manipulação de resultados é uma das maiores ameaças ao futebol com jogadores e juízes se corrompendo e pela enorme quantidade de dinheiro envolvido nas apostas. Mutschke ainda diz que os manipuladores estão infiltrados no alto escalão das confederações, que juízes foram promovidos para participarem do crime e que os agentes assumiram o comando de alguns clubes para facilitar o negócio ilícito.
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A manipulação de resultados teve consequências graves no futebol italiano. Em 2006, a Juventus, maior vencedora da história da Serie A, foi rebaixada por envolvimento em esquema que envolvia entrega de jogos e armação na escolha de árbitros. Outra investigação começou em 2011, e terminou na suspensão do técnico Antonio Conte (foto), da Juve, do lateral Criscito e na prisão de Stefano Mauri, da Lazio. Além disso, vários times foram punidos com rebaixamento ou perda de pontos.
O chefe de segurança ainda disse que todos os países estão vulneráveis, independentemente do histórico de corrupção. Um exemplo foi na Finlândia, um dos países mais transparentes do mundo e que foi alvo da manipulação de resultados através de Wilson Raj Perumal, de Cingapura, que foi condenado a dois anos de prisão.
Mutschke, no entanto, diz que boas notícias também acontecem como o trio de árbitro abordado no caminho para um jogo por um agente para que manipulassem o resultado. Eles avisaram a Fifa e o agente foi identificado.
“Ele é de uma federação, está sob investigação e será expulso”, disse o chefe de segurança da Fifa.
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