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Contra assédios de Corinthians e Santos, diretor geral descarta propostas e 'crava' Dedé no Vasco

Cobiçado por rivais, o zagueiro Dedé pode deixar o Vasco da Gama nos próximos dias - Livia Villas Boas/AGIF
Cobiçado por rivais, o zagueiro Dedé pode deixar o Vasco da Gama nos próximos dias Imagem: Livia Villas Boas/AGIF

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/01/2013 06h00

A pressão dos investidores aumenta a cada dia para que o Vasco negocie Dedé. Nesta quarta-feira, uma reunião entre dirigentes cruzmaltinos, representantes do Corinthians e empresários pode encaminhar a saída do zagueiro de São Januário. O Santos também assedia o jogador e corre por fora na tentativa de contratá-lo. Por sua vez, Cristiano Koehler, diretor geral do clube carioca, assegurou em entrevista ao UOL Esporte a permanência do ídolo da torcida na Colina histórica até o meio de 2013.

“Estou otimista. O Dedé fica no Vasco pelo menos até o meio do ano. Ele é uma das lideranças do grupo e importante na recuperação técnica e institucional que o clube está promovendo. Isso é uma decisão técnica e financeira. Esperamos um retorno maior e vamos buscá-lo adequadamente”, afirmou.

Cristiano Koehler foi responsável pela construção da Arena do Grêmio e retornou ao Rio de Janeiro no final do ano passado para promover a reestruturação financeira do Gigante da Colina. Uma das principais pontas do processo envolvendo Dedé, o diretor geral considera baixo o valor de 7 milhões de euros (pouco mais de R$ 19 milhões) para sacramentar a transferência no momento.

“Todo mundo quer fazer o melhor negócio possível em caso de uma transferência. Mas precisa existir um equilíbrio. Chegar a um denominador comum com todas as partes envolvidas. Jogador, investidores, Vasco... E esse denominador não é 7 milhões de euros. Por esse valor não tem negócio”, comentou.

O executivo deixou claro que ainda não recebeu um documento oficial com a proposta, mas disse ter tomado conhecimento pela imprensa de que o Corinthians chegou ao acordo com um grupo de investidores para que a cláusula contratual seja exercida. Nela, caso apareça uma proposta no valor mínimo de sete milhões de euros, o Vasco é "obrigado" a negociar Dedé. Antes, porém, o clube tem a prioridade para adquirir as partes que pertencem aos grupos detentores dos direitos econômicos e impedir a transferência do jogador. O problema é que os interessados podem subir o oferecimento para algo em torno dos 10 milhões de euros (pouco mais de R$ 27 milhões).

SANTOS ENTRA NA BRIGA COM CORINTHIANS POR DEDÉ E USA 'FATOR NEYMAR'

O Santos procurou os investidores que detém 55% dos direitos econômicos do zagueiro Dedé e entrou na briga com o Corinthians para contratar o capitão do time carioca. O clube está disposto a comprar os 45% do Vasco e ofereceu uma parceria com a Liga Participações & Intermediações, que detém 45% dos direitos do defensor, e a Villa Rio, dona de 10%. Além disso, os dirigentes santistas apostam mais uma vez que Neymar pode convencer Dedé a escolher o time da Vila Belmiro. A estratégia deu certo na compra de Montillo. Apesar da intenção, o Santos enfrenta o mesmo problema que o Corinthians - a recusa do Vasco em negociar o jogador. O clube de Parque São Jorge, inclusive, já ofereceu os 7 milhões de euros. No entanto, a diretoria do Timão tenta convencer os investidores a pressionar o Vasco da Gama.

Os direitos econômicos do zagueiro são divididos entre Vasco (45%), Liga Participações & Intermediações (45%) e Villa Rio (10%). Para que Dedé siga na Colina histórica em caso de proposta, o Cruzmaltino teria que comprar os 55% que não o pertencem por 3,8 milhões de euros (pouco mais de R$ 10 milhões), valor considerável inviável em meio ao processo de reestruturação financeira.

“Se esse valor realmente aparecer na proposta, o Vasco tem a preferência de adquirir a parte dos investidores. Neste caso, a ideia é a de buscar alternativas para que isso aconteça. Mas volto a dizer que não pensamos na saída do jogador para agora”, encerrou Koehler.

Dívida com Romário pode travar negociação

Uma questão que pode inviabilizar a negociação de Dedé envolve a dívida do Vasco com o ex-atacante Romário. Em agosto do ano passado, o atual deputado federal conseguiu na Justiça a penhora dos direitos econômicos de quatro jogadores da equipe cruzmaltina: Dedé, Fellipe Bastos, Eder Luis e Nilton. A partir disso, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pode não considerar legal uma transferência. A mesma situação colocou em compasso de espera as tratativas em torno da contratação do volante Fellipe Bastos por parte do Internacional.

Nos corredores de São Januário, o disse me disse gera um mistura de pessimismo e ansiedade quanto ao zagueiro Dedé. Os dirigentes têm evitado comentar o assunto. O capitão do Vasco confidenciou aos companheiros que não pretende sair do país antes da Copa do Mundo de 2014, mas já considera a possibilidade de uma transferência interna. A disputa está mais do que aberta. Enquanto o Vasco busca segurar o seu principal ídolo na atualidade, Corinthians e Santos aguardam o resultado das conversas desta quarta-feira e possíveis desdobramentos nos próximos dias.