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Flu sofre com novo atraso salarial por penhora, mas aguarda solução até quarta

Presidente do Flu, Peter Siemsen, tenta resolver novo atraso salarial por penhoras - Ralff Santos/FluminenseFC
Presidente do Flu, Peter Siemsen, tenta resolver novo atraso salarial por penhoras Imagem: Ralff Santos/FluminenseFC

Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/02/2013 06h02

O salário dos funcionários e de uma pequena parcela dos jogadores do Fluminense está novamente atrasado. Por conta do problema com penhoras em suas receitas, os vencimentos de janeiro, que deveriam ser pagos no último dia 5 deste mês, ainda não foram quitados. A diretoria, porém, espera resolver o problema até a próxima quarta-feira, já que em dezembro o clube obteve uma liminar liberando recursos do prêmio do Campeonato Brasileiro. A decisão favorável ainda não foi executada.

"Tivemos esse problema por conta daquela questão das penhoras, mas acredito que até a próxima quarta-feira vamos conseguir resolver isso sem precisar recorrer a empréstimos. Estamos com um volume imenso de penhoras e isso atrapalha o fluxo de caixa, mas já existe a decisão favorável que só precisa ser aplicada. O presidente [Peter Siemsen] foi ao tribunal hoje [segunda-feira] e acho que não vamos ter dificuldade", explicou o superintendente geral do Fluminense, Jackson Vasconcelos. 

FLA, VASCO E BOTA 'DRIBLAM' PENHORAS COM SILÊNCIO NAS NEGOCIAÇÕES

  • Os inúmeros problemas com penhoras obrigaram alguns clubes do Rio de Janeiro a elaborarem estratégias ousadas para driblar o bloqueio das receitas que entram em suas contas bancárias. Flamengo, Vasco e Botafogo, por exemplo, adotaram o silêncio sobre negociações de vendas de jogadores, fazendo com que a Receita Federal não atente para as quantias que entram nos cofres das equipes no período de transferências.

O problema com as penhoras começou no ano passado e causou atraso nos salários de julho e novembro. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional cobra, em ações separadas na Justiça, cerca de R$ 34 milhões pelo não pagamento do Imposto de Renda e apropriação indébita do INSS entre 2007 e 2010. No dia 19 de dezembro do ano passado, a desembargadora Salete Maccalóz determinou que o débito fosse centralizado numa única vara e em parcelas menores, de R$ 1,127 milhão mensal.

"O Fluminense passou dois anos sem atrasar os salários e isso acaba gerando uma situação aflitiva. Buscamos soluções rápidas para o problema quando isso ocorreu no ano passado, não tem que atrasar nada, mas tentamos resolver logo o problema para os funcionários", completou Vasconcelos. A expectativa é de que o pagamento seja feito nos próximos dias para que não se complete um mês de atraso.

A folha salarial do Fluminense gira em torno de R$ 2,4 milhões, incluindo alguns jogadores vindos das categorias de base. A maioria dos atletas recebe pela Unimed, principal patrocinadora do clube, que gasta cerca de R$ 6,5 milhões com o departamento de futebol. Do prêmio de R$ 9 milhões a que o Fluminense teria direito de receber pela conquista do Campeonato Brasileiro, cerca de R$ 3 milhões foram penhorados pouco após o fim do torneio.