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Muricy diz não ter sido procurado e escancara preferência do São Paulo por Autuori

Muricy Ramalho não foi nem procurado pela diretoria são-paulina - Leandro Moraes/UOL
Muricy Ramalho não foi nem procurado pela diretoria são-paulina Imagem: Leandro Moraes/UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

09/07/2013 14h06

Muricy Ramalho é a preferência do torcedor são-paulino, mas não é a da diretoria do time. Em contato com o UOL Esporte, o agente do treinador, Marcio Rivellino, disse que nem ele nem o próprio técnico foram consultados, mas não quis entrar em detalhes. “Estive com ele em todos os últimos dias, em Vinhedo e em Miami (EUA), mas não fomos nem procurados”, resumiu.

A situação acaba escancarando que a diretoria só quer saber de Paulo Autuori. Agora livre do Vasco, o comandante deve ser oficializado como comandante tricolor nos próximos dias.


O desenrolar da negociação, no entanto, mostra que a diretoria quis “jogar para a torcida” ao afirmar que Muricy era caro. Como não houve nem o início de uma conversa, é impossível dizer que o comandante não estaria disposto a entrar nos limites impostos pelos diretores, tanto no caso do salário quanto no fato de o vínculo nem ter multa rescisória.

Como os presentes no Morumbi eram unânimes ao gritar o nome do tetracampeão brasileiro, Juvenal Juvêncio deixou “escapar” que o obstáculo era o salário para dar uma justificativa ao torcedor. No Santos, Muricy recebia R$ 700 mil mensais, quase o triplo de Paulo Autuori, que ganhava R$ 250 mil. A diferença entre eles também é escancarada no currículo.

Na última segunda-feira, o vice-presidente de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, já havia deixado claro que o torcedor não pode escolher o substituto de Ney Franco por não saber de todos os detalhes da negociação.

Além disso, o veto de Muricy Ramalho também teve participação do vice-presidente, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Por rusga entre os dois ainda na época em que ele era presente no futebol, o nome do treinador acabou deixado de lado. Leco nega essa interferência e chama de maldosa essa associação.

O detalhe é que Leco é o preferido de Juvenal para a sucessão presidencial. Escancarar esse entrevero poderia piorar a situação política do atual presidente, que já vê muitos conselheiros se transformarem em oposição.

Muricy não ficou em situação confortável ao ver seu nome vinculado ao alto salário que teria sido pedido por ele para assumir o clube em que ele se transformou em destaque nacional. Com propostas de alguns clubes do mundo árabe, ele preferiu não aceitar nada por considerar que não tem necessidade de se desesperar atrás de um trabalho.