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Ney Franco diz que Ceni mina jogadores e vê Ganso "fritado" no São Paulo

Ney Franco e Rogério Ceni deixam o gramado do Morumbi com a cabeça baixa  - Leandro Moraes/UOL
Ney Franco e Rogério Ceni deixam o gramado do Morumbi com a cabeça baixa Imagem: Leandro Moraes/UOL

Do UOL, em São Paulo

06/08/2013 09h37

Um mês após ser demitido do São Paulo, o técnico Ney Franco criticou o capitão do time Rogério Ceni e disse que Paulo Henrique Ganso foi fritado no clube. Em entrevista ao jornal O Globo, o treinador analisou a sua passagem pelo time do Morumbi.

Segundo Ney, Rogério Ceni “extrapolou o limite” de um jogador no clube. “Ele até participa da vida política do clube, há uma disputa por seu apoio político. Ele tem consciência do que representa”, disse o treinador, que afirmou que a atuação do capitão atrapalhou o seu trabalho no Morumbi.

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Não tive no Ceni o capitão de que precisava. Havia a preocupação de quebrar marcas individuais. Até em contratações: se chega um nome que é do interesse dele, ele fica na dele; se não é, reclama nos corredores.

Ney Franco em entrevista ao O Globo

“Não tive nele o capitão de que precisava. Havia a preocupação de quebrar marcas individuais. Até em contratações: se chega um nome que é do interesse dele, ele fica na dele; se não é, reclama nos corredores. E isso chega aos contratados, como Ganso, Lúcio. E eu, como técnico, ficava no meio disso”, afirmou o técnico ao O Globo.

Ney Franco ficou um ano no São Paulo e foi demitido após a derrota para o Corinthians na primeira partida da final da Recopa, em julho. Foi durante a sua gestão que o time contratou o meia Paulo Henrique Ganso.

“Ganso chegou num ambiente... Percebeu claramente as coisas. Chegou ao ouvido dele. Havia uma fritura por trás e pode atrapalhar. Nos corredores, era o que se escutava, que quando Ganso jogava o time tinha um jogador a menos”, disse o técnico.

"Se está bom para o Rogério, este profissional vai bem. Se não, se chega um profissional que ele não concorda, a tendência é ser minado. E nos dois últimos meses de trabalho eu sabia que havia interesse de parte do grupo na minha saída. Depois, Rogério disse que meu legado no clube foi zero. Antes de trabalhar no São Paulo, vários jogadores da base do clube se valorizaram comigo na seleção. Quando cheguei, Jádson e Osvaldo cresceram. O Lucas teve um boom e foi negociado. E subi jogadores. Além de termos ganho a Copa Sul-Americana no fim de 2012", afirmou Ney Franco.
 

TÉCNICO E GOLEIRO TIVERAM CONVIVÊNCIA TENSA NO SÃO PAULO

  • Durante um ano, Rogério Ceni e Ney Franco viveram dias tensos no Morumbi. O primeiro atrito público entre os dois aconteceu em outubro de 2012, quando o goleiro e capitão discordou de uma substituição do treinador. Na partida contra a Liga de Loja, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana, Ceni pediu a entrada de Cícero, mas Ney optou pela entrada de Willian José. O goleiro reclamou no campo, durante a partida e irritou o técnico.

    “Não aprovo, acho que é cada um na sua, cada um fazendo sua função. Se eu achasse que o Cícero tivesse que entrar eu colocaria, então eu não aprovo”, comentou o treinador na época.

    Após o episódio, dirigentes do São Paulo divulgaram que numa conversa a dupla se acertou.

    Quando Ney foi demitido, entretanto, Ceni voltou a demonstrar descontentamento com o trabalho do seu ex-chefe. “Zero, zero, zero”, disse o capitão do São Paulo ao ser perguntado sobre o legado deixado pelo técnico em 12 meses de trabalho no São Paulo.