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Após encontro em São Paulo, clubes sul-americanos planejam associação

Guilherme Costa e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

05/09/2013 06h00

Um grupo formado por dez ex-jogadores e por 20 representantes de clubes da América do Sul realizou um encontro na última quarta-feira, em São Paulo, para discutir rumos do futebol no continente. A reunião no Parque São Jorge, sede do Corinthians, terá dois desmembramentos: uma cobrança direcionada à Conmebol e uma tentativa de união entre as equipes.

A cobrança à Conmebol é alicerçada na questão financeira. Na reunião, um grupo de advogados uruguaios apresentou aos presentes um dossiê sobre irregularidades em balanços financeiros da entidade e desvio de dinheiro que deveria chegar aos clubes.

Além da apresentação sobre problemas da Conmebol e de uma discussão sobre ações possíveis na entidade, a reunião serviu para fomentar uma aproximação entre os times sul-americanos. A ideia é formar uma associação que represente interesses coletivos.

O plano de formar a American Club Association (ACA). O órgão seria composto inicialmente por 30 clubes, que seriam oriundos de seis países (Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos, México e Uruguai).

As ideias sobre a ACA têm sido baseadas na constituição da ECA (European Club Association), entidade que representa os times de futebol no Velho Continente. Atualmente, a instituição tem 213 membros de 53 federações.

“Queremos fazer como acontece na Europa. A ideia é criarmos um fórum em que os clubes possam debater assuntos de diversas áreas”, declarou José Carlos Peres, diretor-geral do G4, grupo formado por Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo e que tem um propósito semelhante.

Peres é um dos idealizadores da ACA. Outro que tem ajudado na articulação continental é Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e principal líder do encontro realizado na segunda-feira.

Ainda neste mês, o grupo deve promover novo encontro em Punta del Este, no Uruguai. “Acreditamos que hoje [quarta-feira] seja um antes, e que amanhã [quinta-feira] será um depois na história do futebol sul-americano”, projetou Juan Pedro Damiani, presidente do Peñarol.

A ideia do grupo é trabalhar em duas frentes. A primeira, que tem mais adeptos, vai brigar por mudanças na gestão e na transparência da Conmebol. O outro grupo será voltado ao fomento da associação entre as equipes.

“Tenho certeza que os clubes brasileiros, quando virem o que nós vimos e souberem o que acontece na Conmebol, vão ter a atitude de se unir”, disse o ex-jogador Romário, que atualmente é deputado federal.