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Filme de ficção científica tratará Corinthians como maior time do mundo

Imagem de apresentação do site, ainda piloto, do filme "Nova Era: Corinthians", que terá o clube como tema - Divulgação
Imagem de apresentação do site, ainda piloto, do filme "Nova Era: Corinthians", que terá o clube como tema Imagem: Divulgação

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

06/11/2013 06h00

O Corinthians será tema de um filme de ficção científica, a ser lançado em 2015. O longa, com exatos 90 minutos, se passará em 2110 e tratará o clube do Parque São Jorge como o maior do mundo, em uma trama que envolve volta ao passado, corrida contra o tempo e algumas pitadas de história alvinegra.

A ideia está sendo tocada pela Lumix Art Films, produtora de Lion Andreassa e Aleksander Lima, coautores do argumento. O filme já foi aprovado pela Ancine e poderá captar R$ 3,6 milhões em dedução de imposto de renda pela Lei do Audiovisual.

O projeto já tem título e parceiros definidos. O longa se chamará “Nova Era: Corinthians” e será distribuído pela Europa Filmes. O próprio Corinthians licenciou o longa como um produto oficial, embora não participe diretamente da produção.

O roteiro, assinado por Alexandre Novaski e Nanci Pittelkow, é ousado. Nele o Corinthians é o líder de um cenário de pujança. “Nós não queremos aquele apocalipse dos filmes de Hollywood. No nosso filme, a fome foi erradicada e as guerras acabaram. Quando todos estão bem, é ainda mais difícil você ser o melhor”, disse Aleksander Lima, em entrevista ao UOL Esporte.

A dinastia alvinegra, segundo o roteiro, foi construída graças a um intenso processo de internacionalização da marca durante o segundo centenário. Nesse cenário futurístico, o Corinthians contrata um cientista, George Stevens Lima, para recriar qualquer período da história por meio do que os produtores chamam de um “dispositivo neural”.

“Não é exatamente uma volta no tempo. Nós queremos trabalhar com a ideia de vivenciar. Com a máquina, o personagem vai poder recriar qualquer período da história do clube”, disse Lion Andreassa.

Só que o dispositivo ainda não está totalmente pronto, e George vai testá-lo sem o que eles chamam de “travas de segurança”, que impedem que o usuário interfira na realidade. O procedimento é arriscado e faz com que o cientista inicie uma corrida contra o tempo, atingindo o ápice da história.

O orçamento disponibilizado pela Ancine, segundo os produtores, deve cobrir todos os custos do filme. Lion e Aleksander fazem planos ousados no mercado, embora os resultados de filmes com temática futebolística anteriores sejam proibitivos.

A aposta da dupla é que uma história de ficção científica, algo inédito no mercado, conquiste os torcedores de todos os clubes. Nem mesmo a projeção de um Corinthians “dono do mundo” deve, na visão dos produtores, causar rejeição em quem não é corintiano.

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“Tem elementos que também buscam agradar o anti-corintiano”, diz Lion. “Essa é a parte principal de nosso projeto de marketing. Um documentário só o corintiano assiste, uma ficção não”, complementa Aleksander.

Veteranos dessa indústria, porém, são mais reticentes. “O intelectual brasileiro não se interessava por futebol, não é algo que chame muito a atenção de quem trabalha com cinema. Conheço pouquíssimas que trabalharam com o tema. E você tem um pouco de dificuldade com o elemento feminino. Acho um pouquinho mais difícil [fazer filme sobre futebol]”, disse Ugo Giorgetti, autor de “Boleiros”.

“Não sei se um filme, por ser de ficção, pode dar certo, mas se ele se cercar de bons roteiristas, bons elencos, pode ser. O principal é ter uma história. No meu caso tinha uma história de amor bonita, da pessoa não poder amar o filho do inimigo”, disse Mário Prata, autor do livro que deu origem ao filme “O Casamento de Romeu e Julieta”, que retrata a paixão de um corintiano e uma palmeirense.

Na obra de Prata, os globais Marco Ricca e Luana Piovani estrelaram a comédia romântica, que ainda teve Luiz Gustavo como coadjuvante. No caso corintiano, a ideia é que, novamente, atores de primeiro nível estejam na produção, que não teme ser afetada por uma eventual má fase do time em campo.

“O Corinthians iniciou um processo que não tem como parar. Ele é de crescimento e internacionalização. A queda faz parte, mas mesmo assim o time ganhou dois títulos este ano e está com notoriedade no mundo todo”, disse Lion.

A produção está prevista para o primeiro semestre de 2015, e os produtores falam em quase 400 salas de cinema, número bem alto. O primeiro “Tropa de Elite”, por exemplo, estreou em cerca de 170 salas, e surpreendeu pelo bom resultado. A sequência, porém, já saltou para 600 espaços.