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Cruzeiro trabalha para impedir acesso de organizadas aos estádios

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

03/01/2014 11h10

A diretoria do Cruzeiro fechou o cerco para as torcidas organizadas do clube. Após impedir que as organizadas utilizem nome e escudo da equipe em seus materiais, atendendo à decisão do Conselho Deliberativo, o presidente celeste, Gilvan de Pinho Tavares, revelou que irá pedir para a Polícia Militar de Minas Gerais impedir que membros das torcidas entrem nos estádios portando material com a marca Cruzeiro.

O dirigente celeste promete ir à Justiça para conseguir tirar materiais das torcidas organizadas de circulação nas ruas. “Se necessário for, vamos à justiça, para obter uma liminar para apreensão deste material, que será pirata, nenhuma marca do Cruzeiro poderá ser usada”, disse.

A diretoria celeste trabalha para proibir a venda de qualquer material das torcidas organizadas do clube que contenham nome ou alguma referência ao Cruzeiro. Além disso, os membros das facções serão proibidos de entrarem nos estádios com estes materiais. A intenção de Gilvan Tavares é desvincular o nome do clube com o grupo de torcedores.

“Estou recebendo recados, notícias, cartas, destas torcidas ditas organizadas, pedindo para a gente reconsiderar, que agora não vão acontecer estes fatos, dois querem conversar comigo, não vou permitir. Eu presidente do clube não posso deixar de acatar ordem do Conselho Deliberativo, órgão máximo do clube”, acrescentou Gilvan Tavares.

Na quinta-feira, cerca de 50 integrantes da Máfia Azul, maior facção de torcida organizada do Cruzeiro, foram barrados da missa de ação de graças em comemoração aos 93 anos de vida do Cruzeiro, celebrada no Salão Social do Parque Esportivo do clube, no Bairro Barro Preto, na regional Centro-Sul da capital mineira. Pouco antes, membros da Pavilhão Independente, grupo rival, também não conseguiu entrar no local de celebração.

 “A medida que anunciei foi decisão do Conselho Deliberativo, que proibiu o uso do símbolo da torcida organizada, que estão usando o símbolo do Cruzeiro estão trazendo prejuízo para o clube. Nos jogos no Mineirão, o Cruzeiro tem media de arrecadação de R$ 1 milhão e meio e quando jogamos fora, isso foi reduzido para R$ 400 mil, isso é um prejuízo grande”, explicou Gilvan Tavares.

Desde as brigas envolvendo membros da Máfia Azul e Pavilhão independente, em dois jogos do Cruzeiro nesta temporada, diante do Atlético, no Independência e na partida contra o Bahia, no Mineirão, em que a briga generalizada cancelou a festa pelo tricampeonato do Brasileirão, organizada, o clube vem cortando relações com as organizadas.

“No jogo Cruzeiro e Atlético, não foi a torcida do Cruzeiro que compareceu, ela não quis ir aquela partida, apenas membros de torcida organizada que foram e nos causou problemas. Quanto deixamos de arrecadar? Prejuízo técnico, pontos que perdemos, não podemos deixar de cumprir determinação do conselho deliberativo, que é o órgão máximo do clube”, criticou Gilvan Tavares.

No evento festivo de quinta-feira, diretores da Máfia Azul e Pavilhão Independente estiveram presentes no salão principal e tentaram conversar com Gilvan de Pinho Tavares, para tentar que o clube reverta da decisão. Porém, o dirigente se negou a conversar. “Não tem conversa, não tem acerto, é uma posição tomada pelo conselho deliberativo, órgão máximo do clube e se eu não cumprir, vou estar descumprindo uma norma do clube”, explicou.