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De cara nova, Espanha goleia e vence a primeira após a Copa de 2014

Do UOL, em São Paulo

08/09/2014 17h39

Esqueça a Espanha que o mundo se acostumou a ver desde 2008, com Xavi, David Villa e Xabi Alonso. Nesta segunda-feira foi dado início ao novo ciclo do futebol espanhol para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Mas com uma parada na França, dois anos antes, em 2016, para a disputa da Eurocopa. Após ser derrotada pela França, por 1 a 0, em amistoso, a equipe do técnico Vicente Del Bosque abriu as eliminatórias para a Euro com goleada por 5 a 1 sobre a Macedônia, em Valência. E tudo com novas caras, sem Andrés Iniesta (lesionado), Gerard Piqué e Fernando Torres.

O time de Del Bosque manteve o desenho original, com uma linha de quatro defensores, Sergio Busquets como volante à frente da zaga, dois criadores pelo centro, dois pontas pelas laterais do ataque e um atacante pela faixa central. O time que começou com caras novas teve: Iker Casillas; Juanfran, Sergio Ramos, Raul Albiol, Jordi Alba; Sergio Busquets, Koke e Cesc Fàbregas; David Silva, Paco Alcácer e Pedro.

Fases do jogo

O que se conservou da antiga seleção espanhola começa no gol: Iker Casillas, o pior espanhol da Copa do Mundo de 2014, jogou. E não desapontou. Logo nos primeiros minutos, foi exigido em cobrança de falta de Agim Ibraimi – pulou para pegar, viu a bola passar rente ao travessão, mas evitaria o gol caso o chute tivesse atingido a baliza.

Minutos depois, David Silva foi derrubado na área e viu o árbitro marcar pênalti. Sergio Ramos cobrou, com semi-paradinha e total cavadinha, e fez: 1 a 0 para a Espanha. Segundos depois, a Espanha ampliaria em jogada que lembrou os melhores momentos do time campeão do mundo em 2010: rápida troca de passes pela ponta esquerda, com diversos espanhóis na área adversária, enquanto outros se desmarcavam pela direita. Quando a bola sobrou para um dos volantes, Juanfran recebeu lançamento e tocou de primeira para o jovem Alcácer, de 21 anos, fazer.

O atacante do Valencia, time da casa nesta segunda-feira, é o substituto do brasileiro naturalizado Diego Costa, que não participa da partida por lesão.

A Macedônia diminuiu também em cobrança de pênalti, em falta feita por Juanfran. Ibraimi, que já tinha levado perigo ao gol de Casillas no primeiro lance de jogo, marcou em cobrança firme.

A partida desta segunda-feira também serviu para que Sergio Busquets marcasse o primeiro gol com a camisa da seleção. Em sua 70ª partida, arriscou um raro chute de fora da área, que rebateu na zaga da Macedônia e entrou.

No fim do primeiro tempo, a Espanha marcou mais de 60% de posse de bola enquanto dominava o placar por 3 a 1, e sem perigo adversário.

Logo no início da segunda etapa, David Silva ampliou. Fez boa troca de passes com Jordi Alba, pela esquerda, entrou na área e chutou cruzado, para confirmar a goleada. Nos minutos finais, Pedro fechou o placar. 

O melhor David Silva: O meia do Manchester City dividiu com Cesc Fàbregas o protagonismo. Pedro, na ponta direita, não criou nem concluiu. Foi suprimido pelas subidas de Juanfran. Com Jordi Alba, que bem conhece, David Silva foi muito bem.

O pior – Pedro: Seria injusto escolher um jogador do time derrotado como o pior. De Pedro, que desde antes do título mundial defende o Barcelona e a seleção, se espera muito mais. Espera-se rendimento semelhante ao de David Silva. E o que se vê, ainda, como na Copa de 2014, é uma distância imensa. De nada adianta a aplicação tática se o ponta não consegue ter metade da técnica do resto do time. No fim da partida, ainda conseguiu fazer um gol, o que não dá o brilho a uma fraca atuação. 

Toque dos técnicos: Vicente Del Bosque não mexeu na estrutura e jogou o futebol que a Espanha aprendeu a jogar. Obviamente, sem Xavi, Iniesta e Alonso, perde-se a técnica. Mas ganha-se a velocidade e a dinâmica, algo que essa geração, ainda com o reforço do quase brasileiro Thiago Alcântara, do Bayern de Munique, tentará aproveitar.

Para lembrar

A Espanha ocupa o grupo C das eliminatórias para a Eurocopa 2016, ao lado de Macedônia, Ucrânia, Eslováquia, Belarus e Luxemburgo.