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Para o Palmeiras, Wesley é do São Paulo. Diretoria deve dispensá-lo

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

10/12/2014 06h01

A novela teve um fim. Pelo menos para os dirigentes do Palmeiras, Wesley já é jogador do São Paulo. E eles não farão nada para reverter isso. Pelo contrário. A insatisfação com seu desempenho, refletido também em vaias da torcida, é tão grande que ele pode até passar a integrar a lista de dispensas.

Paulo Nobre teve conhecimento no meio de novembro que o que era acordo verbal passou a ser oficial e assinado. Na equipe do Morumbi, ele ganhará R$ 350 mil por mês e uma luva de R$ 3,8 milhões. O acordo é parecido com o oferecido a Alan Kardec, que teve o mesmo salário, mas luvas de R$ 2,2 milhões.

Diretores são-paulinos negam qualquer negociação, assim como refutaram a tentativa de contratar Alan Kardec antes de fechar com o atacante.

Na sua coletiva de imprensa na última terça-feira (9), o presidente palmeirense, pela primeira vez, não tentou desmentir que Wesley sairá do Palmeiras.

"Se Wesley nos procurar, trataremos (a saída dele) diretamente com ele", resumiu.

O meio-campista poderia assinar um pré-contrato desde agosto, uma vez que seu vínculo vai até 27 de fevereiro de 2015. O clube, no entanto, estuda liberar o atleta para já atuar pelo São Paulo desde janeiro por dois motivos.

O mais importante é economizar o que pagaria nos próximos dois meses. O outro é deixar claro que ele não é importante mais para o elenco e evitar que os palmeirenses considerem a transação mais um chapéu.

A saída de Wesley, no entanto, não deve ter o mesmo impacto negativo que teve a de Alan Kardec. Basta ver que, nos dois últimos jogos no Allianz Parque, o barulho para xingar o jogador era maior do que para comemorar o gol marcado contra o Atlético-PR.

Como mostrou o UOL Esporte com exclusividade, a novela com Wesley começou em abril. O atleta ficou muito irritado por ter sido colocado à venda pela diretoria palmeirense. Para tentar se livrar do atleta e diminuir o prejuízo de sua contratação, a cúpula distribuiu uma procuração a outro agente que não Hugo Garcia, que é seu empresário.

Garcia, aliás, está na Europa resolvendo negociações de outros atletas e preferiu não comentar o assunto.

Depois do atrito, a relação melhorou. Já com a proposta do São Paulo em mãos, o estafe do volante chegou a acertar a sua permanência na Academia de Futebol verbalmente, mas pediu tempo para assinar os documentos. A atitude, então, foi vista pela diretoria alviverde como forma de barganhar outras propostas melhores.

Wesley custou ao Palmeiras cerca de R$ 21 milhões e, até hoje, sua transação traz problemas ao clube. Por causa de uma carta de crédito não paga, Antenor Angeloni, o avalista da negociação, entrou na Justiça e chegou a conseguir o bloqueio de recebíveis da TV Globo.