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Ex-reserva rendeu comissão milionária do Corinthians a agentes de Guerrero

Elton celebra um dos três gols marcados a serviço do Corinthians - Leandro Moraes/UOL
Elton celebra um dos três gols marcados a serviço do Corinthians Imagem: Leandro Moraes/UOL

Dassler Marques e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

29/01/2015 06h00

Três anos de contrato, 30 partidas disputadas e três gols marcados no Corinthians (ver vídeos abaixo). Mas nem é pela produção em campo que o atacante Elton, reserva no título da Copa Libertadores 2012, pode ser chamado de um dos piores negócios do clube nos últimos tempos.

Os valores da transferência são citados por críticos de Roberto de Andrade, hoje candidato a presidente, mas na época responsável pelo departamento de futebol. O contrato feito por Roberto rendeu comissão de R$ 1,8 milhão para os agentes Marcelo Robalinho, Bruno Paiva e Marcelo Goldfarb, agora também representantes de Paolo Guerrero.

Os valores pagos a eles pela intermediação são exatamente o dobro do que o Corinthians gastou pela própria transferência. Para comprar Elton do Olé Brasil-SP, clube que detinha seus direitos econômicos, Roberto de Andrade acordou o pagamento de R$ 900 mil.

Em salários, o Corinthians teve um gasto superior a R$ 4,2 milhões com Elton, que mensalmente recebia R$ 180 mil. Ele defendeu o clube por sete meses e ainda treinou separadamente em 2014. No restante, passou por empréstimos por Vitória (5 meses), Náutico (5 meses), Al Nassr-ARA (1 ano) e Flamengo (5 meses). Desses, só o time árabe pagou salários integrais.

A contratação de Elton em 2012 foi pedido de Tite por um centroavante confiável para a Copa Libertadores. Na ocasião, o treinador se preocupava com a forma física de Liedson e o extracampo de Adriano. Elton vinha de ótimo ano com o Vasco, mas não deu certo. Campeão invicto, o Corinthians terminou a competição sem um camisa 9 de ofício no time titular.

Desde novembro, curiosamente, os mesmos agentes tentam acordo com o Corinthians para renovar o contrato de Guerrero. A negociação se arrasta sem nenhum avanço e o peruano exige luvas de R$ 18 milhões à vista para assinar por três anos. O clima é ruim por troca de farpas no negócio fracassado pelo palmeirense Dudu. A tendência é que conversas só sejam retomadas após a eleição em 7 de fevereiro.

Em contato com o UOL Esporte, a empresa Think Ball preferiu não se manifestar sobre a transferência. A reportagem também tentou falar com Roberto de Andrade, mas não obteve retorno.