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Grêmio quer mudar o futebol brasileiro. Conheça as propostas para isso

Grêmio tem propostas para mudar muita coisa no futebol brasileiro, confira algumas - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio
Grêmio tem propostas para mudar muita coisa no futebol brasileiro, confira algumas Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

14/09/2015 06h00

O Grêmio quer mudar o futebol brasileiro. O clube gaúcho apresenta, aos poucos, uma série de questões que pretende alterar com o passar do tempo. E para isso busca apoios em outras equipes nos bastidores. A série de alterações passa por arbitragem, direitos de transmissão, relação com a CBF e calendário. 

Um dos líderes do Conselho de Clubes criado pela CBF, o presidente Romildo Bolzan Júnior vem apresentando uma série de propostas de mudanças ao longo do ano. Não ficou apenas na reclamação forte contra arbitragem feita neste domingo, quando viu sua equipe perder em casa para o São Paulo e afirmou que o Brasileirão está manchado. Mas condutas que o Tricolor pretende alterar. 
 
Já conversou, para isso, inclusive, com o comando da CBF. Foi bem recebido, mas não houve ação prático da entidade máxima do futebol que concorde com os pleitos gremistas. A reportagem do UOL Esporte separou alguns fatores que o clube azul, branco e preto pretende mudar o mais breve possível. 
 
1) Arbitragem profissional e auxiliada por tecnologia
No Conselho de Clubes da CBF, o Grêmio encabeçou um pedido para mudança na formação dos árbitros do país. O clube pretende que os responsáveis pelas regras do jogo não estejam sob controle de Federações, mas que tenham uma entidade própria e profissional. Sejam, assim, contratados e recebam salários como árbitros de futebol. "Não pode ser um 'bico', um segundo trabalho. É algo muito importante", salienta o presidente Romildo Bolzan Júnior. 
 
Esta empresa que iria gerir a arbitragem teria autonomia para definir treinamentos, avaliar rendimentos e aplicar punições. Os juízes, ainda, seriam auxiliados por tecnologia, com o acompanhamento digital dos jogos, algo que sob ótica gremista iria minimizar as falhas. 
 
2) Redefinição das cotas de televisão
O Grêmio considera injusta a atual divisão das cotas de televisão. Com Corinthians e Flamengo recebendo mais dinheiro que os demais disputantes do Brasileirão, o clube gaúcho acredita que o desequilíbrio se torne maior com o passar dos anos. Assim, propõe um equilíbrio nos lucros com um contrato único onde fique definido quanto receberá cada um dos clubes. 
 
3) Volta da venda de bebidas alcoólicas
A venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol é outro pleito gremista. Segundo o presidente Romildo Bolzan Júnior, a comercialização de tais produtos pode ter períodos definidos durante os 90 minutos. Antes, no intervalo e depois dos jogos. Tal regramento tentaria controlar o volume comercializado evitando problemas ocasionados pelo consumo desmedido de álcool. 
 
Com isso, os contratos com fornecedores de alimentos para os estabelecimentos comerciais dos estádios seriam mais caros, gerando mais renda para os clubes no aluguel de lojas ou manutenção de venda própria. 
 
4) Calendário
O Grêmio já tornou pública sua reclamação sobre o calendário. Pretende que as competições parem sempre que existam as datas Fifa, em que os jogadores são cedidos à seleções. Para isso, a redução nos Estaduais é uma das bandeiras levantadas pelo clube. 
 
5) Fim gradativo dos Estaduais e formação de novas competições regionalizadas
Considerando o Campeonato Gaúcho pouco interessante financeiramente, o Grêmio lidera o movimento pela formação da Liga Sul-Minas. Conseguiu, de pronto, apoios impostantes como Atlético-PR, Coritiba, Avaí, Chapecoense, Joinville, Figueirense, Criciúma, Atlético-MG e Cruzeiro. Até Flamengo e Fluminense, como convidados, estão dispostos a participar da competição. 
 
Mas nem todos se mostram tão dispostos assim. O Internacional já se manifestou contrário a realização da competição, inclinado a valorizar o Estadual e manter-se apoiando a Federação Gaúcha, que não admite a competição. 
 
A Copa Sul-Minas pagaria mais do que o atual Estadual porque reuniria clubes maiores. Não iria, inicialmente, acabar com o Gauchão ou demais torneios de Estados. Mas no caso do Grêmio, seria disputada por um time 'alternativo', o chamado 'time de transição'. 
 
Aos poucos, a Sul-Minas substituiria o Estadual com jogos maiores, mais renda e substituição nas datas, hoje bastante apertadas. 
 
6) Mudança no formato do Brasileirão
Outra mudança no futebol sugerida pelo Grêmio é a troca no formato do Campeonato Brasileiro. O clube considera vital para a competição a existência de eliminatórias nas fases finais, o chamado mata-mata. A ideia aponta classificação de quatro clubes para uma fase seguinte em que disputariam semifinais e final, com os primeiros tendo alguma vantagem.
 
Segundo o Tricolor, as partidas decisivas são importantes para estádios cheios, audiência de televisão e chance de título a quem 'cresce tarde' no campeonato. 
 
7) Clubes mais ativos
Por fim, o Grêmio defende que os clubes sejam mais unidos e ativos nas regras do futebol. No Conselho, defende que as agremiações sejam consultadas e possam se manifestar por qualquer nova determinação da CBF.