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Fluminense questiona mudança de posição do STJD: "corte apequenou-se"

Do UOL, em São Paulo

20/10/2016 22h31

O Fluminense manifestou descontentamento nesta quinta-feira (19) a respeito da decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que retirou o pedido do clube para suspender o resultado da partida do dia 13 de outubro, contra o Flamengo. Na ocasião, o Flu teve um gol anulado no fim, e o Fla venceu por 2 a 1.

O presidente do STJD, Ronaldo Piacente, havia suspendido o resultado da partida. Porém, mudou de posição nesta quinta-feira ao acatar o pedido do relator do caso de revogar a decisão anterior e arquivar o processo.

Desta forma, a decisão do STJD foi anunciada também nesta quinta-feira e manteve o resultado final do jogo sem a realização de um julgamento no Pleno. Em nota oficial, o clube das Laranjeiras afirma ter feito “seu papel”, apresentando ilegalidades a respeito do jogo – e, por isso, estranhando a decisão do Tribunal.

“As provas de interferência externa estavam escancaradas na mídia”, critica o documento, lembrando que a decisão de aceitar o pedido de anulação “foi a posição do presidente do STJD ao admitir a ação, na última segunda-feira”. “Como explicar que, três dias depois, seja reconsiderada a sua própria decisão? Nada surgiu de novo. Rigorosamente nada. As provas eram as mesmas. Por que motivo houve essa mudança repentina?”

Ainda no documento, o clube das Laranjeiras ataca o que chamou de “apequenamento” do STJD diante de mudança de posição. “É triste ver a corte máxima desportiva do nosso país se apequenar, deixando de submeter ao julgamento do Pleno matéria tão relevante (interferência externa) do futebol brasileiro. Optou-se em agradar parte da opinião pública”, acrescenta.

Confira a nota oficial do Fluminense:

Fluminense FC lamenta a decisão do presidente do STJD, que aceitou o pedido da procuradoria e reconsiderou o seu próprio despacho, que havia deferido o recebimento da ação de impugnação da partida entre Fluminense e Flamengo, realizada no último dia 13, em que claramente teve interferência externa (imagem televisiva) na decisão do árbitro Sandro Meira Ricci ao anular o gol do Henrique.

O Fluminense fez o seu papel. Apresentou à Justiça Desportiva uma flagrante ilegalidade, que acarretou no cometimento do erro de direito. As provas de interferência externa estavam escancaradas na mídia. Iniciada pelos jogadores do Flamengo e, em seguida, pelo inspetor de arbitragem que invadiu o campo para informar à equipe de arbitragem que a televisão teria apontado impedimento no lance.

E, nesse sentido, foi a posição do presidente do STJD ao admitir a ação, na última segunda-feira (dia 17). Como explicar que, três dias depois, seja reconsiderada a sua própria decisão? Nada surgiu de novo. Rigorosamente nada. As provas eram as mesmas. Por que motivo houve essa mudança repentina?

Enfim, é triste ver a corte máxima desportiva do nosso país se apequenar, deixando de submeter ao julgamento do Pleno matéria tão relevante (interferência externa) do futebol brasileiro. Optou-se em agradar parte da opinião pública. Causa perplexidade que tribunal de tamanha relevância divorcie-se da legislação desportiva, da legalidade, das regras de futebol. Quiseram evitar que uma grande ferida fosse aberta no poder do futebol brasileiro. E esse poder do futebol brasileiro, mais uma vez, venceu.

Para encerrar, o Fluminense Football Club sugere que o presidente do STJD venha a público para manifestar e esclarecer sobre a sua inusitada e contraditória mudança de opinião. Com a palavra, o presidente do STJD.