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O que acontece agora com os torcedores corintianos presos no Maracanã?

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/10/2016 06h00

Com o pedido de habeas corpus negado pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, os 31 corintianos presos no Maracanã no último domingo (23) seguem detidos no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu (RJ). O caso deles está agora nas mãos do Ministério Público.

“Vai para o Juizado do Torcedor. Lá o juiz vai mandar ao Ministério Público que atua lá e o Ministério Público vai formar a opinião dele. Se ele entender que esses crimes estão dentro dos previstos para o Juizado do Torcedor, vai denunciar perante o juizado. Se ele entender, como a própria promotora do MP entendeu na audiência de custódia, que houve até prática de tentativa de homicídio, o caso vai ser encaminhado ao Tribunal do Júri”, informou a juíza Marcela Caram, que acatou o pedido do MP de passar de prisão em flagrante para preventiva.

Caram também destacou que o juiz natural poderá interpretar a situação de uma outra forma e modificar a sentença atual:

“Ele pode a qualquer momento revogar ou modificar esta decisão, mas no meu entendimento se fez necessário”.

Se a 3ª Câmara Criminal do TJ tivesse acatado o pedido de habeas corpus impetrado pelo advogado Valter Nunhezi Pereira , todos os 31 presos poderiam responder ao processo em liberdade. Mas isso não aconteceu.

A defesa de 30 corintianos está sendo feita pelo trio Marcus Vinicius Farias, Helion Moura e Gutemberg Souza. Já o torcedor André Tavares, que ganhou uma mobilização maciça na internet, está sendo representado pela dupla Rafael Faria e Gabriel Miranda Moreira.

Eles foram enquadrados por crimes de lesão corporal - confirmada por um laudo positivado nos PMs -, dano qualificado, provocar tumulto em locais de jogos, resistência qualificada e associação criminosa.

Menor está em internato e terá audiência

O menor corintiano que também foi preso no Maracanã foi encaminhado a uma internação provisória no Rio de Janeiro e terá uma audiência no fim de novembro na 2ª Vara da Infância e da Juventude. Anteriormente, ele também passou por uma espécie de audiência de custódia.

“Ele foi ouvido no Naap (Núcleo de Audiência de Apresentação), que funciona aqui no plantão judiciário do Tribunal de Justiça e é como uma audiência de custódia, só que perante aos juízes e promotores da infância e juventude”, explicou a juíza Marcela Caram.

Defesa dos corintianos quer imagens do circuito interno

Os advogados dos 31 corintianos presos solicitarão imagens de TV, jornais, sites e circuito interno do estádio na tentativa de provar o não envolvimento dos detidos na briga com os policiais militares na arquibancada do setor visitante. Outra estratégia é levantar os ingressos que estavam nominais e comparar com o horário de entrada nas catracas do Maracanã.

Muitos dos torcedores presos alegam que ainda estavam do lado de fora quando ocorreu a confusão e se dizem vítimas de uma escolha aleatória dos militares no momento da detenção.

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