| 14/07/2005 - 23h44 Laterais do campo dão taça ao Tricolor Marcius Azevedo, especial para o Pelé.Net* Em São Paulo A grande sacada do técnico Paulo Autuori na decisão da Libertadores foi dar liberdade total aos alas Cicinho (pela direita) e Júnior (pela esquerda). Na goleada por 4 a 0 sobre o Atlético-PR, os dois abusaram de investidas em diagonal e de deslocamentos por todo o campo. E assim, Jancarlos e Marcão se perderam na marcação.
 | | Com liberdade por todo o campo, Júnior foi uma das armas na conquista do tri | O problema é que os alas do Atlético-PR tentaram acompanhar os alas do São Paulo. A movimentação destes jogadores abriu espaços para Danilo e Amoroso utilizarem as laterais do gramado.
Isso aconteceu aos 10min, por exemplo. Amoroso se livrou de dois marcadores no meio e lançou a bola para a esquerda. Cicinho, que é lateral-direito, apareceu do outro lado do campo, surpreendeu a marcação e chutou de perna esquerda. Diego defendeu com segurança no meio do gol.
Mas a situação quase foi diferente. O técnico Antônio Lopes promoveu duas mudanças com relação ao time que empatou com o São Paulo na primeira partida da decisão da Libertadores (1 a 1 no Beira-Rio). Ele tirou o volante Alan Bahia e o meia Fernandinho para colocar André Rocha e Evandro entre os titulares.
A primeira mudança (Alan Bahia por André Rocha) deu mais potencial ofensivo ao meio-campo do Atlético-PR, que ganhou mais qualidade na saída de bola. A segunda (Fernandinho por Evandro) foi a alternativa encontrada por Lopes para dar mais mobilidade a sua equipe.
E isso realmente funcionou em campo. Nos primeiros minutos da decisão, o Atlético-PR surpreendeu o São Paulo com forte marcação sobre a saída de bola do rival e conseguiu concentrar as ações em seu campo de ataque.
O panorama, porém, não demorou muito a mudar e a partir dos 10min o São Paulo conseguiu assimilar a postura do Atlético-PR e se organizou defensivamente. Com isso, o time da casa pôde liberar os alas Cicinho e Júnior e os dois desmontaram o esquema armado pela equipe visitante.
A pressão do São Paulo, arquitetada pelas laterais do gramado, funcionou pelo lado direito. Lugano cobrou falta com rapidez do campo defensivo e encontrou Danilo no meio. De costas para o gol, o camisa 10 errou o domínio. Luizão ajeitou de calcanhar para o meia, que chutou rasteiro. Diego não segurou, Danilo disputou com a defesa e Amoroso aproveitou a sobra para tocar de cabeça e marcar.
Mais equilibrado, o time da casa só permitiu ataques do Atlético-PR em cruzamentos para a área de Rogério Ceni. Limitado tecnicamente, o time visitante admitiu sua inferioridade e sequer arriscou em lances de bola trabalhada.
Na única exceção, o Atlético-PR quase empatou. Aloísio recebeu passe de costas na direita, girou o corpo sobre Alex e foi agarrado. O centroavante caiu dentro da área e o árbitro argentino Horácio Elizondo anotou pênalti. Fabrício cobrou no canto direito de Rogério Ceni e acertou a trave.
Parecia a reação do Atlético-PR. Parecia. Novamente pelos lados do gramado, o São Paulo constituiu a goleada no segundo tempo. O time da casa ampliou a vantagem aos 7min, quando Cicinho bateu escanteio da direita, Fabão subiu mais que Durval e cabeceou no canto esquerdo de Diego.
O técnico Antônio Lopes ainda tentou mudar a situação do jogo. Para isso, trocou Marcão e Lima por Rodrigo e Fernandinho. A modificação deslocou Fabrício para a ala esquerda e tentou eliminar a superioridade do São Paulo naquele setor.
Só que o time dirigido por Paulo Autuori seguiu eficiente pelos lados de campo. Aos 25min, Júnior entrou em diagonal e fez bom passe para Amoroso na direita. O melhor homem em campo recebeu, driblou para o fundo e cruzou. A bola passou por Diego e Luizão, dentro da pequena área, só teve o trabalho de empurrar para as redes.
O jogo estava definido. O São Paulo expôs sua superioridade e ainda teve tempo para consolidar a vantagem aos 44min do segundo tempo, em um rápido contra-golpe. Mineiro tocou para Diego Tardelli na grande área. O centroavante cortou Durval para o meio, chutou forte e encerrou a vitória.
O curioso é que Mineiro havia sido escalado, desde o início do jogo, para cobrir os avanços de Cicinho e funcionar como um defensor pela direita. No segundo tempo, porém, o camisa 7 teve espaço para utilizar os espaços deixados às costas de Fabrício e criou o lance do quarto e último gol do São Paulo na Libertadores.
*Com MBPress
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