| 16/04/2006 - 20h05 Em casa, Palmeiras perde para Ponte e agrava crise com torcida Da Redação Em São Paulo O clima no Parque Antarctica, que já era ruim, ficou ainda pior neste domingo. Afinal, na rodada de abertura do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras perdeu para a Ponte Preta por 3 a 2 dentro de casa. O resultado, terceiro revés consecutivo do time alviverde como mandante nesta temporada, intensificou as vaias e cobranças sobre os jogadores.
Folha Imagem Ponte Preta derruba o Palmeiras na estréia Na última quinta-feira, quando sofreu sua primeira derrota na Copa Libertadores (3 a 2 para o Cerro Porteño em pleno Parque Antarctica), o Palmeiras havia enfrentado a ira de seus torcedores. O lateral-esquerdo Lúcio, um dos mais criticados, foi ameaçado e até resolveu deixar o clube paulista. Alceu, outro contestado, pediu para não ser relacionado neste domingo.
"O que acontece é que essa situação está mexendo com o emocional de alguns jogadores. Temos atletas de qualidade aqui, mas eles acabam não tendo a tranqüilidade para desempenhar o que eu peço para eles. Isso complica nossa situação", lamentou o técnico Emerson Leão.
Um exemplo da cobrança da torcida palmeirense é que o meia Cristian, neste domingo, foi vaiado antes mesmo de entrar. O jogador substituiu Márcio Careca durante o intervalo, mas começou a ser contestado pelos torcedores antes do início do segundo tempo.
Em campo, Cristian se recuperou e marcou o primeiro gol do Palmeiras na derrota para a Ponte, o primeiro dele no clube paulista. "Nós procuramos passar muita tranqüilidade para ele. Ele tem qualidade e nós confiamos nisso", explicou Leão.
Agora, o Palmeiras acumula quatro partidas consecutivas sem conseguir um triunfo sequer no Parque Antarctica. O último placar positivo da equipe alviverde como mandante aconteceu no dia 19 de março, contra a mesma Ponte Preta, no Campeonato Paulista (vitória dos donos da casa por 4 a 2).
Desde então, o Palmeiras angariou um empate e três derrotas como mandante. O curioso é que a igualdade aconteceu no confronto com o Corinthians, que foi no Morumbi. Nas três partidas que disputou no Parque Antarctica, o time paulista foi superado por Rio Branco (2 a 0), Cerro Porteño (3 a 2) e Ponte Preta (3 a 2).
Na segunda rodada do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras entrará em campo no sábado. O time alviverde enfrentará o Figueirense no Orlando Scarpelli, em Florianópolis, às 18h10. No dia seguinte, às 16h, a Ponte Preta receberá o Vasco no estádio Moisés Lucarelli.
O jogo Com cinco homens no meio-campo e apenas Luís Mário isolado no setor ofensivo, a Ponte Preta enfrentou o Palmeiras no Parque Antarctica disposta a marcar o adversário e sair nos contra-golpes. A iniciativa da equipe campineira foi auxiliada pelo elevado índice de erros de passes dos mandantes na intermediária.
DE SAÍDA |  O lateral-esquerdo Lúcio foi ameaçado pela torcida na última quinta-feira, após derrota para o Cerro Porteño, e pediu para ser negociado com outra equipe. Leia mais | Fechada e mais estruturada taticamente, a Ponte Preta inaugurou o marcador aos 36min. André Silva levou a bola à linha de fundo pela direita e cruzou rasteiro. Dentro da pequena área, Almir desviou de primeira e deslocou o goleiro Sérgio, que nada pôde fazer.
O gol tornou ainda mais evidente o desespero do Palmeiras, que errou praticamente tudo em campo. Sem criatividade ou competência nas trocas de passes, o time da capital não conseguiu levar perigo ao gol defendido por Jean antes do intervalo.
"Nós soubemos usar o momento da equipe deles. Marcamos com eficiência e forçamos os erros do Palmeiras. Eles praticamente não criaram no primeiro tempo e nós fomos superiores", comemorou o atacante Luís Mário.
A morosidade do Palmeiras na etapa inicial fez o técnico Emerson Leão alterar a disposição tática de sua equipe. No intervalo, ele trocou os laterais Amaral e Márcio Careca pelos meio-campistas Ricardinho e Cristian, e recuou Marcinho Guerreiro para a defesa.
Em vez de aumentar a criatividade dos donos da casa, contudo, a mudança tática fez o Palmeiras se perder em campo. Totalmente confuso, o time da casa só ameaçou a Ponte Preta em cruzamentos e lançamentos longos.
Desarrumado, o Palmeiras foi castigado aos 20min da etapa final. Danilo levantou a bola para a área, Douglas tentou cortar de cabeça e jogou contra as próprias redes.
Só que o time da casa esboçou reação depois do gol sofrido. Aos 21min, Cristian arriscou chute de fora da área, de pé direito, e acertou o canto esquerdo do goleiro Jean para marcar seu primeiro gol com a camisa do Palmeiras.
Depois, aos 40min, Correa cobrou falta da direita para a área. A defesa da Ponte falhou e Edmundo, com muita liberdade, cabeceou no canto esquerdo baixo de Jean para fazer o segundo gol dos donos da casa.
A comemoração dos jogadores do Palmeiras, porém, mostrou que o confronto estava decidido. Cabisbaixo e desanimado, o time da casa mal festejou o gol de Edmundo e mostrou que a partida estava decidida.
PALMEIRAS Sérgio; Amaral (Ricardinho), Leonardo Silva, Douglas e Márcio Careca (Cristian); Marcinho Guerreiro, Correa, Paulo Baier (Cláudio) e Marcinho; Edmundo e Washington Técnico: Emerson Leão
PONTE PRETA Jean; Luciano Baiano, Thiago Mathias, Rafael Santos e Iran; Ricardo Conceição, Da Silva, André Silva, Danilo (Jean Carlos) e Almir (Juliano); Luís Mário (Adauto) Técnico: Osvaldo Alvarez
Local: estádio do Parque Antarctica, em São Paulo (SP) Árbitro: Djalma José Beltrami Teixeira (Fifa-RJ) Auxiliares: Aristeu Leonardo Tavares (Fifa-RJ) e Jorge Luiz Campos Roxo (RJ) Cartões amarelos: Luís Mário (PO), Ricardo Conceição (PO), Iran (PO), Marcinho Guerreiro (PA), Edmundo (PA), Da Silva (PA), André Silva (PO) Público: 2753 pagantes Renda: R$ 42.350,00 Gols: Almir, aos 36min, Luís Mário, aos 43min do primeiro tempo; Douglas (contra), aos 20min, Cristian, aos 21min, Edmundo, aos 40min do segundo tempo
UOL Busca - Veja o que já foi publicado com a(s) palavra(s) |