| 06/08/2006 - 20h13 Cruzeiro cede empate ao Santa Cruz e cai na tabela do Brasileiro Do Pelé.Net Em Belo Horizonte Numa partida em que estava vencendo o Santa Cruz até os 38min do segundo tempo, o Cruzeiro cedeu o empate ao Santa Cruz, em 3 x 3, na noite deste domingo, no Mineirão, chegando a quatro jogos sem vencer no Brasileiro. Com o resultado a Raposa deixou escapar a vice-liderança da competição, enquanto o time pernambucano teve interrompida a sua seqüência de quatro vitórias seguidas e não consegue ficar fora da zona de risco.
O Cruzeiro entrou em campo sabendo que poderia voltar ao segundo lugar na classificação, chegando mais perto do São Paulo, caso fizesse o seu dever de casa e vencesse o Santa Cruz. A equipe celeste se beneficiaria do empate do Tricolor paulista com Botafogo, em 1 x 1, em Volta Redonda, e da derrota do Internacional para o Santos, por 2 x 1. Os finalistas da Libertadores utilizaram times reservas.
O início da partida foi promissor para o Cruzeiro, que jogava bem e chegou com facilidade, aos 2 x 0, em 30 minutos. O meia Wagner, que era dúvida por causa de uma fadiga muscular na coxa direita, criava boas jogadas, juntamente com Sandro e com Carlinhos Bala, que enfrentava pela primeira vez o seu ex-clube. Mas depois de abrir uma boa frente, a Raposa reduziu o ritmo e deu espaços ao Santa Cruz, que diminuiu aos 46min, com um gol contra de Thiago Heleno.
Se no primeiro tempo, o Cruzeiro dominou a maior parte, na etapa final a história foi diferente e o equilíbrio maior. O Cruzeiro marcou com Alecsandro, aos 3min, mas Nenê voltou a diminuir, no minuto seguinte, e a partida teve uma série de alternativas, com períodos de domínios dos dois clubes, até que Osmar acertou um chute de longe e empatou a partida.
Além de não quebrar o jejum de três jogos, o Cruzeiro caiu da terceira para a quarta posição, atrás de São Paulo, Santos e Paraná, com 26 pontos, sendo que nos últimos 15 disputados, conseguiu apenas cinco. Pelo menos, o ataque cruzeirense voltou a funcionar também, o que não havia acontecido nas três partidas anteriores. Já o Santa Cruz, que vinha de quatro triunfos consecutivos, quando chegou a escapar da zona de rebaixamento, perdeu e voltou a ocupar a área de risco, com 16 pontos.
O time pernambucano tentará a recuperação novamente como visitante, na próxima rodada, quando enfrentará o São Caetano, no Estádio Anacleto Campanella, no sábado que vem. Já o Cruzeiro receberá o Fluminense, no Mineirão, no próximo domingo, em jogo em que tentará fazer prevalecer o mando de campo, contra um de seus concorrentes diretos por uma das primeiras colocações.
O jogo
O começo de partida não poderia ter sido melhor para o Cruzeiro, que marcou o seu gol logo aos 4min, na primeira que chegou à área do Santa Cruz. E foi por intermédio de um contra-ataque rápido. O lateral-esquerdo Júlio César lançou Wagner, que avançou e cruzou rasteiro, encontrando Carlinhos Bala totalmente livre para colocar nas redes do goleiro Guto.
O atacante, substituto do titular Gil, suspenso, comemorou discretamente o gol contra o clube que o projetou e que enfrentou pela primeira vez, neste domingo. Foi o quarto gol de Carlinhos Bala no atual Brasileiro, mas apenas o segundo marcado a favor do time celeste. Os outros dois foram assinalados em dois dos cinco jogos em que defendeu o Santa Cruz.
O domínio celeste nos primeiros 15 minutos foi total, mas desperdiçou chances de ampliar sua vantagem. Aos 7min, Wagner fez boa jogada individual, mas chutou em cima de um defensor da equipe pernambucana. No minuto seguinte, outra boa jogada cruzeirense. Sandro colocou na cabeça de Bala, que escolheu o canto, mas errou o alvo, por pouco.
Aos 14min, novamente Carlinhos Bala, quase marcou o segundo. Ele recebeu passe de Wagner e tocou na saída do goleiro Guto, que fez a defesa. A partir daí, o time celeste afrouxou a marcação e permitiu ao Santa Cruz atacar e levar perigo ao gol de Fábio. Aos 16mi, por exemplo, Nenê chutou rasteiro e o goleiro da Raposa colocou para escanteio. A equipe coral pressionou e conseguiu quatro escanteios seguidos.
O jogo à essa altura tinha um ritmo mais lento. O Santa Cruz tentava atacar e o Cruzeiro administrava e tentava os contra-ataques. Num deles, aos 27min, Wagner deixou Alecsandro na cara do gol, mas ele chutou em cima do goleiro Guto. Parte da torcida celeste gritou o nome de Élber, que estava no banco. Três minutos depois, no entanto, o atacante se vingou e fez o gol, aproveitando uma bola que o camisa 1 coral soltou, após chute do meia Sandro.
O gol, comemorado por todos os jogadores celestes, que quiseram dar uma demonstração de união, após uma semana agitada no clube, voltou a dar tranqüilidade ao Cruzeiro, que reassumiu o controle do jogo. Tecnicamente, a partida não foi das melhores. Nos primeiros 30 minutos, por exemplo, os dois times erraram 31 passes, 18 pelo Santa Cruz e 13 pela Raposa. No quesito finalização, a equipe celeste esteve melhor: 13 contra seis do adversário.
No final do primeiro tempo, a situação complicou para o Cruzeiro. Primeiro, o capitão Edu Dracena recebeu uma pancada na região das costelas e estava com dificuldades para respirar. Aos 43min, Fábio Santos, que voltava ao time titular após muito tempo, sofreu uma contusão muscular e saiu chorando de campo. Três minutos após a sua saída, Raposa marcou contra, em favor do Santa Cruz, em lance confuso. Mixirica furou, ao tentar uma bicicleta, Diogo, que acabara de entrar no lugar de Fábio Santos, chutou em cima de Thiago Heleno e a bola entrou.
O segundo tempo começou quente e com dois gols em quatro minutos. Aos 3min, o meia Wagner fez boa jogada pela esquerda e cruzou na cabeça de Alecsandro, que fez o seu segundo gol na partida e o quarto no Brasileiro. A alegria celeste durou pouco, No minuto seguinte, Nenê acertou um belo chute de longe, no ângulo do goleiro Fábio, demonstrando que o time pernambucano estava vivo na partida.
Depois desse gol, o Santa Cruz partiu para a pressão, buscando o empate, enquanto o Cruzeiro apenas se defendia e cometia muitas faltas, permitindo ao adversário, criar jogadas ofensivas em cobranças de bolas paradas. Os erros de finalização do time pernambucano impediam que o empate fosse alcançado. Os donos da casa tentavam encaixar contra-ataques.
Insatisfeito com o rendimento do seu time, o técnico Paulo César Gusmão colocou o meia Francismar para jogar improvisado na lateral esquerda, no lugar de Júlio César. A mudança não alterou substancialmente o panorama. Aos 23min, por exemplo, o Santa Cruz quase empatou, quando Edson Di acertou chute, que saiu por pouco, com perigo para o goleiro Fábio. Aos 38min, Osmar acertou belo chute de longe, no ângulo, empatando o jogo.
CRUZEIRO Fábio; Jonathan, Edu Dracena, Thiago Heleno e Júlio César (Francismar); Jonilson, Fábio Santos (Diogo), Sandro (Diogo) e Wagner; Carlinhos Bala e Alecsandro Técnico: Paulo César Gusmão
SANTA CRUZ Guto; Márcio Alemão, Valença (Wilson Surubim) e Váldson; Osmar, Augusto Recife, Junior Maranhão, Washington (Edson Di) e Cássio; Márcio Mixirica (Edson Araújo) e Nenê Técnico: Maurício Simões
Local: Mineirão, em Belo Horizonte Público:8.911 pagantes Renda: R$ 94.150 Árbitro: Luiz Alberto Sarinha Bites (GO) Cartões amarelos:Edson Di, Edson Araújo, Júnior Maranhão (Santa Cruz); Diogo (Cruzeiro) Gols: Carlinhos Bala, aos 4min, Alecsandro, aos 30min, Thiago Heleno (contra), aos 46min do primeiro tempo; Alecsandro, aos 3min, Nenê, aos 4 min, Osmar, aos 38min do segundo tempo
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