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  12/08/2006 - 20h05
Corinthians perde em casa do Figueirense, e Geninho cai

Da Redação
Em São Paulo

A vitória sobre o Atlético-PR, na rodada passada, serviu como alento para o Corinthians. O lampejo de reação, porém, ruiu neste sábado. O time alvinegro perdeu para o Figueirense, por 3 a 1, em pleno Pacaembu, alcançou o ápice de uma semana conturbada e, enfim, perdeu o técnico Geninho.

Folha Imagem
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Tevez encara a marcação do Figueirense em mais uma derrota do Corinthians no Brasileiro
Depois de ameaçar sair do clube após outras derrotas, Geninho comunicou sua decisão após a partida. "Os resultados não acontecem, então alguém tem de tomar uma posição. Eu estou tomando, espero que para o bem do Corinthians", disse o treinador.

O maior sinal da semana tensa do Corinthians foi um desentendimento entre o volante Mascherano e o meia Marcelinho Carioca na última quinta-feira, durante um coletivo. O entrevero fez o argentino jogar o colete no chão e abandonar o treino. Depois disso, os dois atletas foram afastados por tempo indeterminado do grupo.

"Isso não rachou o grupo. Não adianta dizermos que o time desaprendeu ou que está sendo prejudicado por problemas externos. O que acontece é que os resultados não estão acontecendo, e aí fica fácil cobrar. A discussão que houve no treino não teve repercussão para o elenco, mas para os atletas envolvidos", esquivou-se o zagueiro Betão.

O clima tenso ainda foi intensificado pela saída do chileno Johnny Herrera, que foi substituído por Júlio César no banco de reservas para o jogo deste sábado e não será mais aproveitado pelo Corinthians. Outro que não figurou sequer entre os suplentes foi o meia Roger, barrado por Geninho em virtude - segundo o comandante - de um despreparo emocional.

Campanha de Geninho
Número de jogos - 11
Número de vitórias - 2
Número de empates - 1
Número de derrotas - 8
Gols marcados - 9
Gols sofridos - 18
"Estou incomodado e muito triste com a atual situação. O Corinthians é grande demais e não merece estar no lugar em que está. Hoje [sábado] deu para ver, pelo menos, que todo mundo correu. Nós não nos entregamos e corremos muito para conseguir o resultado, mas nada está dando certo. Nós cometemos muitos erros contra o Figueirense, e quando eu falo nós, falo do time inteiro", tentou explicar o meia Carlos Alberto, um dos poucos do time paulista que se salvaram neste sábado.

Em crise, o Corinthians estacionou nos 13 pontos ganhos e permanece na lanterna do Campeonato Brasileiro. Desde que assumiu o comando do clube, o técnico Geninho acumulou oito derrotas, um empate e apenas dois triunfos (4 a 2 sobre o Vasco, na estréia, e 2 a 1 diante do Atlético-PR, no sábado passado).

TÉCNICOS NA "ERA MSI"
Desde o início da parceria com a MSI, em dezembro de 2004, o Corinthians já acumula seis técnicos diferentes no comando alvinegro, em menos de dois anos. O primeiro da lista foi o gaúcho Tite, atualmente no rival Palmeiras.

Na seqüência, veio o argentino Daniel Passarella, que ficou no cargo por menos de três meses e deu lugar a Márcio Bittencourt, autor de uma boa campanha no Corinthians.

Porém, isso não foi o suficiente para continuar, e quem chegou depois foi Antônio Lopes, único técnico que conquistou um título na 'Era MSI' - o Campeonato Brasileiro de 2005. Em seu lugar, o interino Ademar Braga foi efetivado, mas não agradou e retornou à cargos menores.

Por último, Geninho deixou o Goiás para assumir o Corinthians, mas acumulou maus resultados e deixou o cargo, neste sábado, após ser derrotado pelo Figueirense por 3 a 1, em pleno Pacaembu.
A situação do Figueirense contrasta com o desespero do Corinthians. O time catarinense acabou neste sábado com uma série de três placares negativos atuando como visitante. Com isso, chegou a 25 pontos e saltou para a sexta colocação do Campeonato Brasileiro. "Nosso grupo está unido, focado e trabalhando muito para terminarmos o ano entre os primeiros. O resultado do trabalho está aí, nos nossos resultados", festejou o atacante Soares.

As duas equipes voltarão a campo na próxima quarta-feira, ambas às 22h. O Figueirense receberá o Flamengo no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, e o Corinthians visitará o Fluminense no Maracanã.

O jogo
"O Figueirense é uma equipe com muita técnica e um contra-golpe extremamente eficiente", analisou o treinador Geninho, do Corinthians, antes do início da partida. Em campo, porém, o clube catarinense contrariou o prognóstico do comandante dos paulistas. A despeito de atuar longe de seus domínios, o time visitante pressionou a saída de bola dos rivais e impediu que a bola chegasse a Carlos Alberto, único armador dos mandantes.

O isolamento de Carlos Alberto criou um buraco entre a defesa e o ataque do Corinthians, que ficaram sem ligação. Por conta disso, o camisa 19 começou a recuar demais e buscar o jogo diretamente dos zagueiros. "A marcação deles é muito boa e eu tentei recuar para ajudar. Em alguns lances, até consegui me aproveitar disso", lembrou o meia, que fez grande lance individual aos 10min, passou por três marcadores e só foi parado com falta na intermediária.

Enquanto o Corinthians tentava acertar seu sistema de marcação, o Figueirense mostrou um padrão tático muito mais bem construído. Com movimentação constante e marcação eficiente, a equipe catarinense se mostrou muito mais equilibrada que o rival. "Nosso ponto forte é a pegada e não podemos deixar o adversário jogar. Acho que fizemos isso muito bem", comemorou o atacante Schwenk.

A forte marcação imposta pelo Figueirense no primeiro tempo, contudo, não foi perfeita. Prova disso é que, quando superou a linha de impedimento montada pelos catarinenses, o time da casa teve chance para abrir o placar. A mais clara delas aconteceu aos 42min, quando Tevez recebeu dentro da área, driblou Tiago Prado para a direita e bateu cruzado. A bola explodiu na trave direita de Andrey.

Conduzido pelos esforços individuais de Carlos Alberto e Tevez, seus dois grandes destaques, o Corinthians começou a encontrar espaços na defesa do Figueirense e melhorou em campo. Quando isso aconteceu, porém, a equipe catarinense se aproveitou de uma falha da defesa rival e inaugurou o marcador. Flávio bateu escanteio da direita aos 9min da etapa final e Cícero, livre de marcação, tocou de cabeça para as redes.

O gol desmontou o Corinthians, que se perdeu totalmente em campo. O time da casa voltou a apresentar os erros do início do jogo, sem ligação entre a defesa e o meio-campo. E o time catarinense, mais equilibrado, não demorou para ampliar sua vantagem. O gol aconteceu aos 14min, quando Schwenk cobrou pênalti cometido por Sebá sobre Soares e acertou o canto esquerdo baixo de Marcelo, que quase alcançou com a mão esquerda.

No lance do pênalti, sua segunda falta no jogo, Sebá levou seu segundo cartão amarelo neste sábado e foi expulso pelo árbitro Heber Roberto Lopes. Em vez de prejudicar o time paulista, contudo, a saída do camisa 6 deu novo ânimo aos mandantes, que mesmo sem qualquer padrão tático, passaram a pressionar o Figueirense.

A exemplo do que havia acontecido no primeiro gol, porém, o Figueirense marcou um gol para encerrar o bom momento do Corinthians. Carlos Alberto lançou Chicão na esquerda aos 25min e o zagueiro cruzou rasteiro. Ninguém apareceu para cortar e Cícero, livre no segundo pau, completou de primeira para as redes.

Perdendo por 3 a 0, o Corinthians mostrou estar totalmente fora de controle. E então, os únicos jogadores lúcidos da equipe paulista trataram de amenizar o desespero. Carlos Alberto invadiu a área pela esquerda e foi derrubado por Chicão. Na cobrança do pênalti, aos 28min, Tevez bateu no canto esquerdo de Andrey e marcou o primeiro dos donos da casa.

Depois do gol, o Corinthians ainda tentou exercer nova pressão sobre o Figueirense. Contudo, a equipe paulista mostrou muito nervosismo e não conseguiu chegar ao segundo gol. A situação ficou ainda pior aos 36min, quando o volante Marcelo Mattos evidenciou o péssimo momento psicológico dos mandantes, pisou em Schwenk e foi expulso de campo.

CORINTHIANS
Marcelo; Betão, Sebá e Marcus Vinícius; Coelho (Edson), Paulo Almeida, Marcelo Mattos, Carlos Alberto e Rubens Júnior; Tevez e Rafael Moura (Renato)
Técnico: Geninho

FIGUEIRENSE
Andrey; Flávio (Henrique), Chicão, Tiago Prado e Fininho; Rodrigo Souto, Carlos Alberto, Marquinhos Paraná e Cícero (Luciano Sorriso); Soares (Samir) e Schwenck
Técnico: Waldemar Lemos

Local: estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa-PR)
Auxiliares: Roberto Braatz (Fifa-PR) e Aparecido Donizetti Santana (PR)
Cartões amarelos: Fininho (F), Rubens Júnior (C)
Cartões vermelhos: Sebá (C), Chicão (F), Marcelo Mattos (C)
Gols: Cícero, aos 9min e aos 25min; Schwenk, aos 14min; Tevez, aos 28min do segundo tempo

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