| 21/09/2006 - 22h30 Lanterna, Santa Cruz aumenta 'fantasma' do Palmeiras Da Redação Em São Paulo Antes coisa do passado, a possibilidade de rebaixamento no Campeonato Brasileiro é uma ameaça cada vez mais real para o Palmeiras. O time paulista, que chegou a ser lanterna e está longe da zona de descenso desde a 13ª rodada da competição nacional, venceu apenas uma de suas últimas seis partidas. Nesta quinta-feira, deu seqüência ao momento negativo e foi superado por 3 a 2 pelo lanterna Santa Cruz, em Recife. O resultado corroborou a queda de produção dos visitantes e fez a faixa de risco da tabela chegar ainda mais perto da equipe alviverde.
Com duas derrotas em seus dois últimos compromissos no Brasileiro, o Palmeiras estacionou nos 30 pontos e já tem a mesma pontuação do Goiás, melhor equipe entre as que estão na zona de rebaixamento. O time paulista só aparece na 15ª colocação da tabela porque tem mais vitórias que a equipe esmeraldina (oito contra sete) e um saldo de gols superior ao da Ponte Preta (-5 contra -14).
"A situação está complicada. Não estamos jogando como vínhamos fazendo depois da Copa do Mundo e a zona de rebaixamento está cada vez mais perto. Precisamos acordar", cobrou o meia Rosembrick, que entrou no lugar de Edmundo nesta quinta-feira.
O problema é que o fraco desempenho do Palmeiras nesta quinta-feira não foi um caso isolado. Nas seis últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, o time paulista só conseguiu triunfar uma vez (3 a 1 sobre o São Caetano, no dia 9 de setembro). Além disso, a equipe comandada por Tite teve dois empates e três derrotas.
"Acabou aquela arrancada que nós demos no reinício do Campeonato Brasileiro [o Palmeiras somou quatro vitórias seguidas na retomada da competição nacional após a pausa para a Copa do Mundo]. Precisamos reconhecer que o momento não é mais o mesmo, procurar explicações para isso e mudar o quadro", avisou o técnico Tite.
Ainda que em situação mais desesperadora que a do Palmeiras, o Santa Cruz conseguiu um alento nesta quinta-feira. O time pernambucano interrompeu, com o triunfo diante do alviverde, uma série de cinco derrotas consecutivas e dez partidas sem conseguir um placar favorável.
"Precisávamos dessa vitória. Muita gente disse que o Santa Cruz já estava rebaixado e que a nossa situação no Brasileiro estava decidida, mas precisamos mostrar que a história não é bem assim", ponderou o atacante Jorge Henrique. A equipe pernambucana, com o triunfo, não deixa a lanterna do Campeonato Brasileiro. No entanto, diminuiu sua desvantagem para o Fortaleza, penúltimo colocado, para apenas dois pontos (23 contra 21).
Na próxima rodada do Campeonato Brasileiro, Santa Cruz e Palmeiras entrarão em campo às 16h do próximo domingo (24 de setembro). Os pernambucanos receberão o Juventude no estádio Arruda, em Recife, e o Palmeiras disputará um clássico contra o São Paulo em Presidente Prudente (a partida foi transferida para o interior em virtude de uma decisão da equipe alviverde, que tem o mando de campo).
O jogo Desde o início do confronto com o Santa Cruz, o Palmeiras não conseguiu encontrar uma sintonia entre seus jogadores. Apesar de ter escalado seis homens no meio-campo, o time paulista não conseguiu preencher os espaços e tampouco dificultou a troca de passes dos donos da casa. A principal razão disso é que os três jogadores ofensivos (Edmundo, Juninho Paulista e Marcinho) dos visitantes fizeram uma marcação agressiva, mas os volantes e alas recuaram demais e ofereceram opções de saída de bola aos pernambucanos.
Com espaço, o Santa Cruz teve mais posse de bola desde o começo e chegou com facilidade ao campo de ataque. Então, absolutamente perdido, o meio-campo do Palmeiras começou a apelar para infrações em sua intermediária defensiva. "Nós fizemos muitas faltas próximas da nossa área, e isso aconteceu porque deixamos o time deles chegar até ali. A marcação não foi eficiente e isso estourou lá atrás", admitiu o atacante alviverde Marcinho.
A frase acima foi dita depois da derrota do Palmeiras para o Santa Cruz. O autor foi o diretor de futebol do clube, Salvador Hugo Palaia. Bastante irritado, ele falou para o treinador parar de reclamar da arbitragem. Tite se mostrou surpreso.
"O Palmeiras jogou um futebol medíocre. Isso é o que precisamos avaliar. O Tite tem que calar a boca e parar de reclamar dos juízes. Mesmo que eles [árbitros] tenham errado, temos que jogar bola", disparou o dirigente. |
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"TITE TEM QUE CALAR A BOCA" |
| PALAIA x TITE | CULPA DA ARBITRAGEM | ROGER NÃO MATA SANTA CRUZ | Na primeira falta próxima da área do Palmeiras, aos 5min, Júnior Maranhão bateu forte; a bola bateu na barreira e passou acima do travessão do gol de Diego Cavalieri. Na segunda falta, o camisa 1 do time paulista não teve tanta sorte. Paulo Rodrigues bateu colocado aos 15min e acertou o canto esquerdo alto do goleiro alviverde, que se movia para o outro lado. A bola ainda tocou no travessão antes de entrar.
Em desvantagem, o Palmeiras adiantou seus alas e começou a sair mais para o campo de ataque. Contudo, a postura ofensiva do time paulista ofereceu espaços para o Santa Cruz contra-golpear, sobretudo porque os visitantes erraram muitos passes. "Nós marcamos bem e conseguimos sair em velocidade, mas faltou tranqüilidade na hora de finalizar. Isso poderia ter feito diferença", lamentou o atacante tricolor Jorge Henrique.
Preocupado com o rendimento de sua equipe, o técnico Tite trocou Chiquinho por Michael durante o intervalo. "Resolvi colocar um jogador de mais velocidade e explosão, que atua em profundidade", contou. E a modificação chegou a esboçar sucesso aos 4min, quando Marcinho fez jogada individual e tocou para Michael. O ala cruzou rasteiro para Juninho Paulista, que bateu colocado, do lado esquerdo da área, e colocou a bola no canto esquerdo baixo do goleiro Guto.
Só que a reação do Palmeiras parou nesse instante. O Santa Cruz partiu para o ataque e passou à frente novamente logo aos 6min, quando Márcio Mixirica dominou a bola na área, de costas para o gol, e sofreu pênalti de Dininho. Nenê bateu no canto esquerdo de Diego Cavalieri, que pulou para o outro lado e não conseguiu evitar o segundo gol dos donos da casa.
O gol abalou os visitantes, que passaram a errar demais. Prova disso é que o Santa Cruz marcou pela terceira vez aos 14min, em cobrança de falta de Júnior Maranhão da lateral esquerda. Diego Cavalieri caiu em seu canto esquerdo baixo e fez a defesa parcial, mas Jorge Henrique apareceu no rebote e empurrou para as redes.
Assim como havia feito no intervalo, Tite usou uma alteração para tentar combater o mau momento do Palmeiras. Ele trocou o volante Roger Bernardo pelo centroavante Roger, adiantou Marcinho Guerreiro para o meio-campo e transformou o esquema 3-6-1 em um 4-4-2. Mais uma vez, a investida do comandante alviverde funcionou e o time visitante descontou aos 34min. Marcinho recebeu do lado esquerdo da área e dividiu a bola com Guto. Na sobra, com a meta aberta, Roger tocou de primeira para marcar.
Porém, a reação do Palmeiras foi apenas um alento e não conseguiu se manter. O time paulista ainda tentou pressionar o Santa Cruz nos minutos finais, sobretudo devido ao ímpeto proporcionado pelo gol, mas os donos da casa se seguraram com eficiência e garantiram o triunfo.
SANTA CRUZ Guto; Osmar, Adriano, Sidraílson e Paulo Rodrigues; Júnior Maranhão (Valença), Wilson Surubim, Augusto Recife e Nenê (Edson Di); Jorge Henrique e Márcio Mixirica (Fabrício Ceará) Técnico: Fito Neves
PALMEIRAS Diego Cavalieri; Dininho, Daniel e Marcinho Guerreiro; Marcelo Costa, Roger Bernardo (Roger), Wendel, Edmundo (Rosenbrick), Juninho e Chiquinho (Michael); Marcinho Técnico: Tite
Local: estádio Arruda, em Recife (PE) Árbitro: Alicio Pena Júnior (Fifa-MG) Auxiliares: Marco Antônio Gomes e Guilherme Camilo (ambos de MG) Cartões amarelos: Marcinho Guerreiro (P), Paulo Rodrigues (S), Wilson Surubim (S), Dininho (P), Jorge Henrique (S), Roger Bernardo (P), Nenê (S), Adriano (S), Augusto Recife (S), Valença (S) Gols: Paulo Rodrigues, aos 15min do primeiro tempo; Juninho Paulista, aos 4min, Nenê, aos 6min, Jorge Henrique, aos 14min, e Roger, aos 34min do segundo tempo
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