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Brasil ignora apagão no Maracanãzinho e vai à final do Mundial por equipes

Rodrigo Farah e Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/09/2013 12h12

De virada e com direito à apagão no Maracanãzinho durante as lutas, a seleção brasileira feminina de judô venceu a Coreia do Sul por 3 a 2 e está na final do Mundial por equipes, disputado neste domingo no Rio de Janeiro. O Brasil encara o Japão na decisão do torneio, a partir das 16h. As asiáticas bateram as holandesas na outra semifinal.

As luzes do Maracanãzinho se apagaram durante a luta de Maria Portela, a quarta do confronto entre Brasil e Coreia. Assim como outros combates que aconteciam simultaneamente, o duelo foi até o fim. Ao final das lutas,porém, as atividades nos tatames foram sendo interrompidas. O Mundial chegou a parar por 10 minutos até que os refletores voltassem a funcionar antes da retomada dos duelos. Ao todo, foram 15 minutos com a iluminação bem baixa na arena.

O confronto começou com a vitória da sul-coreana Da-Sol Park sobre Érika Miranda no último segundo. A adversária da brasileira vinha perdendo até o instante final por ter uma punição a mais, porém conseguiu um yuko e levou o duelo. Na sequência, Rafaela Silva bateu Jan-Di Kim com um wazari e empatou a disputa.

Na terceira luta, a Coreia do Sul retomou a dianteira do placar. Dan-Woon Joung venceu Mariana Silva por um wazari e botou as asiáticas à frente da disputa. Com a necessidade de um triunfo para manter o Brasil vivo na competição, Maria Portela fez luta emocionante com Seongyeon Kim e venceu apenas no golden score, para delírio do ginásio (morte súbita).

Na última luta, Mayra Aguiar encarou Jung-Eun Lee, bronze entre os pesos pesados. Apesar de ser de uma categoria inferior, Mayra bateu a rival e definiu o confronto a favor do Brasil no Maracanãzinho.

O time feminino estreou com uma vitória fácil sobre a Alemanha, por 4 a 1. Érika Miranda (contra Mareen Kraeh), Rafaela Silva (Myrian Roper), Maria Portela (Laura Vargas Koch) e Maria Suellen Altheman (Jasmin Kuelbs) venceram suas lutas – a única derrotada na estreia foi Ketleyn Quadros, que foi imobilizada pela alemã Martyna Trajdos.

O segundo duelo foi mas difícil, contra a França, decidido apenas no último duelo, com vitória de Maria Suellen sobre Lucie Louette, por waza-ari. Antes, Eleudis Valentim (Lucile Duport) e Rafaela Silva (Elene Receveaux) tinham vencido suas lutas. Mariana Silva (Clarisse Agbenenou) e Maria Portela (Gevrise Emane) perderam.

Seleção masculina decepciona

Se a equipe feminina está bem, a masculina confirmou o Mundial abaixo da expectativa no Rio de Janeiro. Os homens do Brasil, responsáveis por 21 das 34 medalhas do país na história da competição, fecharam o torneio com apenas uma medalha, a prata entre os pesos pesados de Rafael Silva.

Na disputa por equipes, o time foi eliminado pela Alemanha logo no primeiro confronto do dia. E quem acabou perdendo a luta decisiva foi justamente o único judoca verde-amarelo que subiu ao pódio. Com o duelo empatado em 2 a 2, Rafael Silva subiu ao tatame para encarar Andreas Toelzer.

Medalhista de bronze em Londres-2012, o alemão foi derrotado na semifinal de sábado pelo brasileiro, mas deu o troco neste domingo. Derrubou Rafael, conseguiu um waza-ari e, na sequência, a imobilização. "Ele estava tão cansado quanto eu, mas me surpreendeu taticamente. O judô tem essa imprevisibilidade", afirmou Rafael. "A gente teve alguns atletas estreando em mundial. A experiência conta muito. Até 2016 tem muito chão ainda. Temos que treinar para melhorar esse resultado", completou.

Essa experiência citada pelo vice-campeão mundial tem muito a ver com o resultado contra a Alemanha. Eduardo Bettoni estreou em Mundiais neste domingo. E em um duelo decisivo. Acabou superado por Marc Odenthal. A outra derrota foi de Bruno Mendonça, para Igor Wandtke. Nos dois duelos, os técnicos consideravam que a vantagem era verde-amarela.

As duas vitórias no duelo vieram com atletas que tiveram um bom Mundial ou com um ano de vitórias no circuito internacional. Charles Chibana, que chegou a disputar medalha nos 66kg mas acabou em quinto lugar, bateu Sebastian Seidl. Já Victor Penalber, líder do ranking mundial dos 81kg, bateu Sven Marech.

Nomes mais conhecidos, como o campeão mundial e vice-campeão olímpico Tiago Camilo e o medalhista olímpico Leandro Guilheiro estavam machucados e não competiram. Já Luciano Corrêa, campeão mundial em 2007, não foi escalado para o duelo.