Luta entre homem e mulher é 'pegadinha do bem' contra violência doméstica
Depois de alguns dias de debate, desconfiança e rumores, enfim o Shooto Brasil divulgou o que se esperava. O que foi anunciado como a primeira luta mista de MMA, com um homem encarando uma mulher nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, é apenas uma ação de marketing para o Disque Denúncia. Uma “pegadinha do bem” parecida com o que o socialite Chiquinho Scarpa fez recentemente.
Nesta sexta-feira, o Shooto divulgou uma imagem desmentindo a luta e revelando que tudo não passou de uma campanha contra a violência doméstica. No caso de Scarpa, ele anunciou que enterraria seu Bentley, mas acabou revelando que tudo não passava de uma mensagem a favor da doação de órgãos.
"Essa luta não vai acontecer no ringue. Mas fora dele, está acontecendo em milhares de casas", diz a mensagem no cartaz. "Denuncie a violência doméstica."
O combate anunciado no começo da semana pelo Shooto tinha Juliana Velasquez encarando Emerson Falcão, num duelo entre as academias Nova União – de Dedé Pederneiras, dono do Shooto e técnico de José Aldo – e Team Nogueira – de Minotauro e Minotouro.
Até pelos nomes envolvidos, todos respeitados no MMA, e a polêmica instantânea que o anunciou causou, rapidamente surgiram rumores de que o combate escondia alguma jogada de marketing, o que foi confirmado.
Antes disso e até durante a pesagem realizada na quinta-feira, no Rio, todas as partes mantiveram o discurso de que o duelo era real e de que Juliana queria provar que as mulheres já estão no nível dos homens em relação ao MMA.
Tanto no tamanho – ambos são peso galo – quanto nos cartéis, Emerson e ela são semelhantes, o que era fundamental para viabilizar a pegadinha, que foi organizada pelo Shooto, a Agência3, a Nova União, a Team Nogueira e o canal Combate, que transmite o restante do evento nesta sexta.
"Quando a Agência3 nos apresentou esta ideia, fiquei muito contente, porque é um assunto que muitas vezes as pessoas têm medo ou vergonha de denunciar. Atrair cada vez mais atenção para o assunto é a melhor forma de estimular essas denúncias, e o sigilo é garantido", disse Zeca Borges, coordenador do Disque Denúncia, ao site do canal Combate.
"Já participei de muitas lutas, e para mim foi um grande prazer dessa vez poder lutar por um motivo tão nobre. Existem muitas pessoas que sofrem com esse assunto, e a denúncia tem o poder de mudar isso, só depende de cada um", acrescentou Dedé Pederneiras.
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