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Queniano descarta ataque pessoal a Cielo, mas reclama de "sistema da natação"

Queniano Jason Dunford faz gesto contra Cielo na final dos 50m borboleta no Mundial - AFP
Queniano Jason Dunford faz gesto contra Cielo na final dos 50m borboleta no Mundial Imagem: AFP

Das agências internacionais

Em Xangai (CHN)

29/07/2011 12h10

O queniano Jason Dunford explicou o gesto negativo que fez na saída da piscina após perder para Cesar Cielo nos 50m borboleta, no Mundial de Xangai. Segundo ele, não foi um ataque pessoal a Cielo, mas ao sistema esportivo que permitiu que o brasileiro voltasse a nadar logo após ser pego no exame antidoping.

“Não foi um ataque pessoal contra Cielo, mas contra o sistema que parece ter colocado a natação para baixo. Você pode me chamar de mau perdedor, mas esse não foi o principal da minha ação. Eu não me importo de perder para as pessoas, só estou descontente com o sistema no qual dois meses após ser pego ele está nadando conosco”, disse Dunford.

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Na última segunda-feira, Cesar Cielo conquistou a medalha de ouro em sua primeira final após ter testado positivo para furosemida no Troféu Maria Lenk, em maio. O brasileiro, que só recebeu uma advertência da CBDA e da Corte Arbitral do Esporte (CAS), teve de ver Dunford, sétimo na prova, apontar os polegares para baixo em sinal de desaprovação.

“Tem alguma coisa errada com o sistema, porque as pessoas estão sendo tratadas de forma diferente. Todo mundo está um pouco descontente na piscina”, disse o queniano.

Dunford lembrou o caso do venezuelano Albert Subirats, também especialista no nado borboleta, que pegou um ano de gancho. O sul-americano foi punido por não ter preenchido a documentação de seus exames antidoping como deveria em três oportunidades em um espaço de 18 meses.

A Federação Internacional de Desportos Aquáticos (Fina) não acatou a justificativa de que o erro foi da Federação Venezuelana e tirou o atleta dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. No caso de Cielo, a justificativa usada foi a de que a farmácia na qual ele comprou o suplemento manipulado teria admitido sua culpa no caso.

Nesta sexta-feira, a CAS confirmou sua decisão sobre o estabelecimento em questão, considerado culpado pela corte. O problema é que a farmácia Ana Terra nega ter admitido culpa, apenas que também manipulou um medicamento para tratamento de problemas cardíacos no mesmo dia. 

A "confissão" foi apresentada pela CBDA e é contestada pela Ana Terra, que não foi consultada no julgamento de Cesar Cielo e pede cópias dos laudos apresentados.