Adhemar Ferreira da Silva
Atletismo
E S P E C I A L
 

Adhemar quebrou quatro
vezes o recorde mundial
quando conquistou seu
primeiro ouro olímpico

O atleta é recebido com
festa em São Paulo após
conquistar seu primeiro
ouro olímpico, em 1952

Além dos títulos olímpicos,
Adhemar foi três vezes
campeão pan-americano

Adhemar observa caixão
de João do Pulo, em
velório na Assembléia
Legislativa, em 1999.

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Morre um bicampeão
Parada cardíaca derruba único brasileiro
com 2 ouros em Olimpíadas
Por Pedro Cirne de Albuquerque e Mateus Soares

João Quaresma

O século 21 começou mal para o esporte brasileiro: logo em seu primeiro mês, o Brasil perde seu maior atleta olímpico. Adhemar Ferreira da Silva foi enterrado neste sábado, 13 de janeiro, em São Paulo.

A série de conquistas de Adhemar é enorme. Nascido em 29 de setembro de 1927 em São Paulo e morto com uma parada cardíaca em 12 de janeiro de 2001, Adhemar tem um recorde que dura, pelo menos, até 2008: é o único brasileiro a ganhar a medalha de ouro em duas Olimpíadas consecutivas.

Mesmo que Torben Grael, Sandra Pires ou algum grande atleta brasileira consiga o feito de ser o segundo brasileiro a conquista dois ouros olímpicos, ainda assim não terá sido de maneira consecutiva, como Adhemar fez em Helsinque-1952 e Melbourne-1956.

Adhemar começou a carreira no atletismo apenas aos 19 anos, depois de tentar o futebol. Aos 20, já era recordista brasileiro e sul-americano do salto triplo e aos 21 disputou sua primeira Olimpíada, Londres-1948, em que terminou em oitavo lugar.

Quatro anos depois, em Helsinque-1952, Adhemar quebrou no mesmo dia quatro vezes o recorde mundial do salto triplo e conquistou o primeiro ouro do atletismo brasileiro em Jogos Olímpicos.

Em 1955, Adhemar conquistou seu primeiro ouro nos Jogos Pan-Americanos -feito que repetiria em 1957 e 1959. O atleta paulista chegou à sua terceira Olimpíada, Melbourne-1956, como porta-bandeira da delegação brasileira -e saiu de lá como o primeiro, e até hoje único, brasileiro bicampeão olímpico.

Um fato curioso, mas que mostra o caráter de Adhemar, aconteceu após os Jogos de Melbourne. O governo brasileiro ofereceu ao atleta uma casa como recompensa por suas conquistas -e ele recusou. Caso aceitasse qualquer pagamento por seus feitos como atleta, ele seria impedido de competir novamente nos Jogos Olímpicos, que só aceitavam atletas amadores.

Adhemar seria novamente o porta-bandeira da delegação brasileira na Olimpíada seguinte, em Roma-1960, mas, já doente, não repetiria as boas atuações anteriores nas pistas.

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