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 | Lição valiosa Por Lello Lopes
Os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo servem de exemplo para o Rio-2007 de como não se deve organizar uma competição de nível internacional. | | Sábado, 16 de agosto de 2003
| Os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo terminam com uma lição valiosa para o Brasil, que irá organizar a competição em 2007, no Rio de Janeiro: fazer tudo diferente daquilo que foi feito na República Dominicana.
Os observadores enviados pelo Comitê Organizador do Pan de 2007 (CO-Rio) para analisar os aspectos operacionais e logísticos da competição vão voltar para casa com uma extensa lista de como não se organizar o evento.
Da construção dos ginásios à segurança dos torcedores, pouca coisa funcionou direito. A imagem da República Dominicana ficou manchada com a bagunça que durou do primeiro ao último dia de competição.
O atraso nas obras fez com que os ginásios e estádios fossem concluídos a toque de caixa. Assim, o Pan começou com uma estrutura mínima. Alguns locais, como o campo de futebol de San Cristóbal, não contavam nem com vestiários para os atletas. Outros, como a arena de vôlei de praia em Feria Granadera, só ficaram prontos com o Pan já iniciado, obrigando os organizadores a adiar toda a programação.
Aliás, a mudança de programação foi algo constante em Santo Domingo. Você só tinha certeza do horário de um evento momentos antes da disputa começar. Até os atletas sofreram com isso. O porto-riquenho Gabriel Montilla perdeu por w.o. na segunda rodada do torneio de tênis para o brasileiro Fernando Meligeni porque não sabia que o jogo estava marcado para o período da manhã.
Um outro problema grave aconteceu em relação à segurança dos torcedores. Quando algum atleta da República Dominicana entrava em quadra, tatame ou pista para disputar medalha, a presença de público ultrapassava a capacidade dos ginásios ou estádios. O resultado, invariavelmente, era de empurra-empurra na porta -com direito a militares empunhando ostensivamente armas para tentar barrar a multidão- e risco de acidentes dentro dos locais de competição.
Os voluntários, apesar da boa vontade, também não cumpriram direito as suas funções. Despreparados, dificilmente conseguiam dar informações corretas. E nos centros de imprensa, não era raro flagrá-los utilizando os computadores destinados aos jornalistas para baixar música ou trocar mensagens pela Internet.
Depois de toda essa bagunça, os observadores do CO-Rio devem ter aprendido o que não fazer em 2007. Porque se o Pan do Rio de Janeiro conseguir ser pior organizado do que foi o de Santo Domingo, o Brasil nunca mais merecerá receber qualquer tipo de competição. Mas isso é assunto a ser discutido daqui a quatro anos. Até lá!
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