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Rio Pro volta após seis dias com "tempestade" e pouca torcida

Condições climáticas seguem complicando a realização do campeonato de surfe no Rio de Janeiro - Luiz Gabriel Ribeiro/UOL
Condições climáticas seguem complicando a realização do campeonato de surfe no Rio de Janeiro Imagem: Luiz Gabriel Ribeiro/UOL

Luiz Gabriel Ribeiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/05/2013 14h08

Uma forte frente fria chegou ao Rio de Janeiro e mudou o cenário da cidade. Se antes o clima era de muito sol e calor, a sexta-feira foi de vento forte e chuva insistente. Após seis dias de pausa no Billabong Pro Rio 2013 por causa das condições ruins do mar para o surfe, a mudança climática deixou as ondas da Barra da Tijuca agitadas. A etapa carioca do Circuito Mundial masculino voltou na repescagem, mas com direito a lamentações de membros da organização e de surfistas pela opção de retomar a disputas em meio à “tempestade”. Os torcedores também não se animaram e deixaram a praia ainda mais deserta.

“Deixaram a disputa do masculino para esta semana e ficaram apertados. Agora, tiveram que colocar os surfistas nessa ‘storm’ [tempestade]”, comentou um membro da organização do evento. “Está muito complicado”, disse outro, em referência às condições climáticas do Rio na manhã de sexta-feira.

O vento e a chuva afastaram os torcedores da praia. Alguns poucos fãs se arriscaram para ver os surfistas de perto. Com guarda-chuvas, capas e casacos, eles enfrentaram rotina diferente para acompanhar o retorno da etapa, que foi paralisada no sábado após vitória da australiana Tyler Wright, de 19 anos.

Derrotado pelo francês Jeremy Flores na repescagem, Ricardo dos Santos reclamou das condições do mar carioca. “Não estou nada feliz. Infelizmente aconteceu a derrota. Estava difícil achar a onda e estar no lugar certo. Eram muitas ondas, às vezes parecia que pegava 15 ao mesmo tempo. Fiquei perdido em alguns momentos”, admitiu o brasileiro.

O dia chuvoso marcou desempenho ruim para a maioria dos brasileiros. Na segunda rodada da etapa, cinco surfistas da casa decepcionaram e foram eliminados. Em uma bateria entre brasileiros, Miguel Pupo conseguiu bater Alejo Muniz na última manobra e se classificou para a etapa seguinte.

“Não eram as condições esperadas, foi muito difícil e a busca pela onda estava complicada. Cometi erros, mas fiquei ao máximo na prancha para mostrar que estava surfando”, comentou Pupo, que destacou o instinto para conseguir a virada no fim da bateria. “Pensei que era uma onda ruim, mas fui assim mesmo. Ela acabou se tornando boa”.

Na última bateria do dia, o brasileiro Felipe Toledo fechou bem o dia para o país ao derrotar o australiano Matt Wilkinson e se garantir na terceira rodada, que está marcada para começar na manhã deste sábado. Toledo e Pupo se juntam aos compatriotas Adriano de Souza, o Mineirinho, e Gabriel Medida. Eles terão a companhia do norte-americano Kelly Slater, onze vezes campeão mundial, e do australiano Joel Parkinson, por exemplo. O Pro Rio termina no domingo.

Resultados da repescagem, disputada nesta sexta-feira:

Taj Burrow (AUS) vence Gustavo Fernandes (BRA) – 11,34 x 10,70
Josh Kerr (AUS) vence Messias Felix (BRA) – 17,94 x 5,07
Julian Wilson (AUS) vence Jack Freestone (AUS) – 15,56 x 9,60
Jeremy Flores (FRA) vence Ricardo dos Santos (BRA) – 11,50 x 7,47
Michel Bourez (TAH) vence Yadin Nicol (AUS) – 10,16 x 8,67
CJ Hobgood (EUA) vence Dusty Payne (HAV) – 13,17 x 8,10
Adrian Buchan (AUS) vence Raoni Monteiro (BRA) – 14,93 x 14,33
Kai Otton (AUS) vence Adam Melling (AUS) – 12,24 x 12,20
Brett Simpson (EUA) vence Damien Hobgood (EUA) – 15,10 x 15,04
Travis Logie (AFS) vence Kieren Perrow (AUS) – 11,40 x 10,76
Miguel Pupo (BRA) vence Alejo Muniz (BRA) – 12,23 x 10,50
Filipe Toledo (BRA) vence Matt Wilkinson (AUS) – 10,70 x 4,93